Política

Moro sai em defesa de Michelle Bolsonaro após anúncio de ‘pente fino’ em programa social

Senador acusou governo Lula de promover ‘vingança’ ao avançar com investigações de supostas irregularidades no Pátria Voluntária; ‘pente fino’, porém, atende a um pedido do TCU

Fotos: Marcos Corrêa/PR e Mauro Pimentel/AFP
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O senador Sergio Moro (União-PR) saiu em defesa da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) após o governo federal confirmar, nesta quinta-feira 25, a criação de um grupo de trabalho para passar um ‘pente fino’ nas ações do extinto programa Pátria Voluntária.

Segundo o senador, a investigação sobre supostas irregularidades no programa social comandado por Michelle seria uma ‘vingança’ do governo Lula. Ele fez a afirmação ao compartilhar uma publicação do também ex-ministro de Bolsonaro e atual senador Rogério Marinho (PL-RN).

“Revanchismo, vindita, perseguição a adversários políticos usando a estrutura do governo. Ações intoleráveis de um governo velho, bolorento, sem ideias e totalitário. Padrão PT”, dizia Marinho.

“A verdade é que o Governo Lula tem por único projeto a vingança”, respondeu então Moro.

Importante lembrar que Moro deixou a antiga gestão como um desafeto do clã presidencial por fazer uma série de acusações de corrupção ao grupo. Desde a eleição, porém, fez uma reaproximação.

Determinação do TCU

Apesar do que dão a entender as publicações dos senadores, o grupo anunciado nesta quinta-feira pelo governo federal não foi uma ação pensada pela atual gestão. A apuração detalhada das ações do programa social de Michelle, na verdade, atende a um pedido do Tribunal de Contas da União (TCU).

A Corte, em auditoria finalizada em março, apontou indícios de irregularidades no programa. Na análise, o TCU informou que foi verificada “ausência de critérios objetivos e isonômicos para a seleção de instituições sociais beneficiárias dos recursos financeiros privados”. A auditoria acrescentou ainda a falta de publicação dos resultados das avaliações das instituições sociais no cadastramento, credenciamento e habilitação.

Em março de 2021, uma reportagem da Folha revelou que o governo Bolsonaro repassou ao programa comandado por Michelle uma verba de 7,5 milhões doada especificamente para a compra de testes rápidos da Covid-19.

A doação, segundo a reportagem, foi feita pelo frigorífico Marfrig que, posteriormente, foi procurada pelo governo para tratar sobre a possibilidade de utilizar o recurso não na compra de testes, mas em outras ações de combate à pandemia. Os recursos foram então parar no projeto Arrecadação Solidária, vinculado ao Pátria Voluntária de Michelle Bolsonaro.

O grupo anunciado nesta quinta atuará por 90 dias, conforme publicado em Diário Oficial.

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