Política

‘Moro pode sair se ficar incomodado’, diz presidente do União Brasil

Ex-juiz se posiciona como oposição ao governo Lula, mesmo seu partido tendo ocupado 3 ministérios; Bivar cobra ‘o mínimo de fidelidade partidária’

Encontro do ex-juiz Sergio Moro em jantar com o presidente nacional do União Brasil, Luciano Bivar - Foto: Reprodução
Apoie Siga-nos no

O presidente do União Brasil, Luciano Bivar, cobrou ‘o mínimo de fidelidade partidária’ de políticos que integram a sua legenda. Em entrevista ao jornal O Globo desta terça-feira 14, Bivar afirmou, inclusive, que nomes como Sergio Moro poderão deixar a legenda se estiverem incomodados com a posição externada.

“Precisamos debater o papel de pessoas eleitas para cargos majoritários, mas que precisam ter um mínimo de fidelidade partidária. Precisamos rever a legislação junto ao TSE e fazer com que exista um vínculo entre o partido e o político. Afinal, a legenda investiu nele dinheiro e tempo de televisão”, destacou Bivar.

“Moro vai votar como quiser, não será coagido por ninguém, mesmo porque não tem cargos no governo. Mas ele e os demais saberão qual é a posição oficial do partido, e quem se sentir incomodado poderá sair sem qualquer prejuízo. Como tapar o sol com a peneira?”, avançou em seguida o cacique da legenda.

Em janeiro, CartaCapital já havia antecipado a avaliação de que a passagem de Moro pelo União Brasil poderia ser breve. Naquela ocasião, a previsão foi feita por Waguinho, presidente do União Brasil do Rio de Janeiro e prefeito de Belford Roxo.

O União Brasil, atualmente, integra o primeiro escalão do governo Lula com três indicações nos ministérios: Juscelino Filho, nas Comunicações; Daniela do Waguinho, no Turismo; e Waldez Góes, na Integração. Apesar disso, parte dos integrantes da legenda – entre eles está Moro – tem dito que, no Congresso, são independentes e podem, inclusive, fazer oposição a Lula.

A posição de não adentrar oficialmente a base do governo tem gerado descontentamento entre aliados do presidente, que já cobram uma revisão nas cadeiras entregues ao União Brasil. É o caso de Gleisi Hoffmann, presidenta do PT, que afirmou que a legenda defende um ‘freio de arrumação’ em relação ao partido comandado por Bivar.

“Em relação ao União Brasil, acho que temos que fazer um freio de arrumação, porque, mesmo sendo contemplado como foi, é um partido que não está fazendo entrega”, afirmou Gleisi no dia 10 de fevereiro.

A ‘entrega’ citada por ela é justamente a posição de independência no Congresso Nacional. “[O União] É um partido que tem dificuldades pela sua composição interna e pelo distanciamento também que sempre teve de nós. No processo eleitoral, totalmente distantes e historicamente também”.

Na entrevista ao Globo desta terça, Bivar não comentou as afirmações da presidenta do PT. Moro, por sua vez, não comentou a declaração de Bivar. Recentemente, o ex-juiz e hoje senador chegou a receber sondagens do Novo, mas negou a terceira troca de partido em menos de um ano.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo