Política

Moro minimiza trama golpista no celular de Cid: ‘Se criminalizar mensagens de WhatsApp, ia prender meio Brasil’

Oitiva desta terça-feira ouve o bolsonarista Mauro Cid, acusado de planejar um golpe de estado com outros militares no aplicativo

Foto: Pedro França/Agência Senado
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O ex-juiz e atual senador Sérgio Moro (União-PR) afirmou, nesta terça-feira 11, que se a CPMI fosse criminalizar pessoas por mensagens de Whatsapp, “ia prender meio Brasil”. A declaração foi dada em entrevista à TV Câmara durante a abertura da Comissão que investiga os atos golpistas de 8 de janeiro.

A sessão desta terça apura a trama golpista encontrada no celular do tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele está preso desde o dia 3 de maio, acusado de fraudar cartões de vacinação do ex-presidente e de Laura Bolsonaro.

Uma perícia realizada no celular do tenente, apreendido à época, revelou que um grupo de militares da reserva e da ativa defendia a execução de um golpe de Estado após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva na eleição do ano passado. No celular do tenente-coronel foi encontrado, inclusive, um passo a passo para a ruptura.

Moro, que é ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, porém, minimizou as conversas reveladas pela investigação. Moro, importante lembrar, teve seu ‘império’ na Lava Jato destruído após a revelação de mensagens do WhatsApp que mostraram métodos abusivos e diversas outras irregularidades da operação.

“Vamos ver os fatos que podemos a ele [Mauro Cid] indagar. O que a gente tem visto até o momento são muitas mensagens de WhatssApp, mas tem que verificar condutas específicas. Se fosse criminalizar pessoas por mensagens de WhatsApp, a gente ia prender meio Brasil”, declarou o ex-ministro da Justiça sobre a utilização das mensagens como prova durante a oitiva.

Entre as mensagens que devem ser revisitadas durante a sessão desta terça-feira estão as trocadas com o coronel Jean Lawand Jr, que era subchefe do Estado-Maior do Exército, e, em dezembro mandou mensagens pedindo que Cid convencesse Bolsonaro a colocar em prática um golpe.  Lawand prestou depoimento à CPMI no dia 27, e, no decorrer da oitiva se complicou ao dar declarações confusas e conflitantes – atualmente, membros da CPMI denunciam o coronel por falso testemunho.

Mauro Cid poderá permanecer em silêncio nas perguntas feitas durante a oitiva. O STF concedeu a ele o direito de ‘não produzir provas contra si mesmo’. No entanto, a defesa do militar afirmou à Comissão que ele gostaria de colaborar com o colegiado, e, portanto, deverá responder aos questionamentos mais brandos.

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