Política

Moro minimiza chances de Bolsonaro tentar um golpe: ‘Não vai acontecer nada, tá?’

Atrás nas pesquisas de intenção de voto para o Senado de São Paulo, ex-juiz também voltou a dizer que pode não ser candidato a nada nestas eleições

Foto: Reprodução
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Fora do páreo presidencial, o ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sergio Moro (União Brasil), afirmou não vê clima golpe por parte do ex-capitão. A declaração foi dada um dia após Bolsonaro fazer novas insinuações em tons ameaçadores.

“Até fico receoso, mas acho que não vai acontecer nada, tá? O Brasil é muito forte e a população é tranquila. Mas tem uma incitação de polarização, essa lógica de nós contra eles, que começou com o PT e radicalizou com Bolsonaro. Não faz bem pra política”, disse Moro em entrevista ao canal SBT News nesta quarta-feira 1º.

Para o ex-juiz, os debates políticos não deveriam estar centrados em ameaças de golpe proferidas por Jair Bolsonaro, seu antigo aliado.

“Algo que eu tenho falado quase como uma voz pregando no deserto é que a gente precisa discutir segurança pública, combate à corrupção novamente…que raios de País que a gente está construindo que o que se discute são apenas os dois extremos e se vai ter golpe ou não vai ter golpe?”, questionou o ex-juiz.

Na conversa, Moro voltou a repetir a afirmação de que poderá não se lançar candidato a nenhum cargo público nestas eleições. A declaração ocorre após um revés nos seus planos de se lançar ao Planalto e de ver o apresentador José Luiz Datena (PSC) despontar como líder nas pesquisas para o Senado de São Paulo, cargo para o qual Moro é pré-candidato. O apresentador aparece 5,8 pontos percentuais à frente do ex-juiz na pesquisa mais recente do instituto Paraná Pesquisas. No levantamento da Real Time Big Data a diferença sobe para 9%.

“Eu sou pré-candidato ao Senado, mas é claro que não tomei minha decisão definitiva e claro que isso também passa por uma concertação do partido. Mas é essa ideia. […] Ainda estou analisando o cenário porque esse ano está muito dinâmico”, disse Moro. “Eu não dependo da política, não vivo disso, posso fazer outra coisa”, acrescentou o ex-juiz.

Na conversa, Moro ainda tentou fornecer uma nova explicação para a mudança de domicílio eleitoral do Paraná para São Paulo. Antes, o ex-ministro alegava que a cidade se tratava de hub e que, por conta das agendas, teria passado a morar em um hotel na cidade. A justificativa foi considerada fraca pelo Ministério Público Eleitoral de SP, que determinou o depoimento de Moro e sua esposa, Rosângela, na Polícia Federal.

Nesta quarta, ele alegou já ter contribuído muito ao estado enquanto foi ministro da Justiça e que pretende criar um instituto na região.

“Tenho um projeto que é construir uma organização, um instituto, que discuta a corrupção no Brasil e políticas de integridade. Na minha avaliação, o melhor lugar para fazer isso é ali por São Paulo, que é o centro econômico do País. Então, [estou] unindo um projeto ao outro…claro, são projetos paralelos, uma coisa não está relacionada a outra, mas acabei fazendo essa opção”, alegou Moro.

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