Política

Lula diz que Sergio Moro ‘mal e porcamente aprendeu a ler e a decorar o Código Penal’

Em evento do MST, ex-presidente fez discurso cheio de críticas ao ex-juiz da Lava Jato e incluiu Arthur Lira e o Congresso Nacional

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), durante evento do MST. Foto: Reprodução
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um discurso repleto de ataques ao ex-juiz da Operação Lava Jato Sergio Moro, hoje pré-candidato à Presidência pelo partido Podemos. As declarações ocorreram neste sábado 19, durante um evento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, em Londrina, no Paraná.

Lula voltou a criticar Moro pela condução dos processos na Lava Jato e pela decisão de se candidatar ao Planalto. Nas duas pesquisas eleitorais mais recentes, o ex-juiz apareceu com cerca de 7% dos votos, na disputa pela 3ª colocação com Ciro Gomes (PDT), enquanto o petista supera os 40%.

“O que é que ele entende de povo? O que é que ele entende de pobreza? O que é que ele entende do mundo do trabalho? O que é que ele entende da exploração do povo? Nada”, questionou. “Ele mal e porcamente aprendeu a ler e a decorar o Código Penal. Mesmo nos meus processos, ele mentiu, porque ele não teve como me condenar.”

Em outro trecho do discurso, Lula lembrou que Moro foi autor de ordens indevidas de prisão contra 13 trabalhadores rurais do sul do Paraná, em 2013, e que depois os agricultores foram absolvidos.

“Ele é um juiz cego, mentiroso, arrogante, que não merece o diploma que teve”, atacou.

Lula também dedicou críticas ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), ao Congresso Nacional e até ao Tribunal de Contas da União, por terem aprovado projetos como a privatização da Eletrobras e considerarem temas como a instauração do sistema semipresidencialista.

O ex-presidente pediu que seus apoiadores priorizem a mobilização de candidaturas de deputados e senadores do campo progressista na eleição deste ano, para permitir que uma eventual gestão petista consiga governar.

“O Congresso Nacional brasileiro nunca esteve tão deformado, antipovo e submisso aos interesses antinacionais como agora”, afirmou Lula. “É talvez o pior Congresso que nós já tivemos na história do Brasil.”

Na sequência, disse que nem o icônico presidente da Câmara do fim da ditadura militar, Ulysses Guimarães, tinha “10% da força que tem o não sei o quê Lira”, em referência ao atual dirigente da Casa.

“Criaram uma coisa chamada orçamento secreto, que é o orçamento lesa-pátria, porque é um orçamento em que os deputados começam a governar o país, ao invés de o governo governar”, criticou. “E eles anunciaram uma comissão que vai criar o semipresidencialismo. Ou seja, eles não conseguiram aprovar o parlamentarismo com dois plebiscitos feitos neste País. Eles então vão tentar fazer uma mudança na Constituição.”

Em relação à privatização da Eletrobras, Lula disse que o Congresso está permitindo que a estatal seja vendida “a preço de nada” e criticou o TCU por ter dado aval ao processo em fevereiro.

“Os deputados não podem deixar o Tribunal de Contas fazer o que ele quer. O Tribunal de Contas é um órgão auxiliar, da Câmara dos Deputados. É um órgão auxiliar do Parlamento”, declarou. “Uma empresa privada não vai fazer uma ligação de luz elétrica na casa de um pobre que não possa pagar.”

Lula estava acompanhado do novo aliado Roberto Requião, recém-filiado ao Partido dos Trabalhadores para se lançar como candidato a governador do Paraná. O ex-presidente aproveitou a ocasião para revisitar Curitiba pela primeira vez desde que foi solto em novembro de 2019, após 580 dias de prisão.

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