Justiça

Moraes quer atualizações diárias de tornozeleiras de Mauro Cid, Collor e Daniel Silveira

O magistrado, relator de diferentes investigações que atingem os monitorados, quer evitar irregularidades

Moraes quer atualizações diárias de tornozeleiras de Mauro Cid, Collor e Daniel Silveira
Moraes quer atualizações diárias de tornozeleiras de Mauro Cid, Collor e Daniel Silveira
Brasília (DF) 09/09/2025 - O ministro relator Alexandre de Moraes durante sessão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) que retoma o julgamento dos réus do Núcleo 1 da trama golpista Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
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O ministro Alexandre de Moraes determinou, nesta quarta-feira 1°, que o Supremo Tribunal Federal receba atualizações diárias sobre o uso de tornozeleira eletrônica por diversos investigados na Corte. Entre os alvos do monitoramento estão o ex-presidente Fernando Collor, condenado à prisão pelo crime de corrupção, e o tenente-coronel Mauro Cid.

A ordem vale para os órgãos penitenciários que executam as medidas de monitoramento. O magistrado, relator de diferentes investigações que atingem os monitorados, quer evitar irregularidades no cumprimento das medidas cautelares, que incluem o uso de tornozeleiras eletrônicas. Veja os alvos: 

  • Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), deputado federal suspeito de mandar matar a vereadora Marielle Franco: foi preso no ano passado, junto com seu irmão Domingos Brazão e o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa, sob suspeita de encomendar o assassinato da parlamentar e do motorista Anderson Gomes. Em julho de 2025, teve a prisão domiciliar concedida por Moraes.
  • Fernando Collor, ex-presidente e ex-senador: condenado pelo STF em 2023, foi preso em abril deste ano e recebeu o benefício dias depois com base no seu estado de saúde. Ele cumpre pena de 8 anos e 10 meses pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no caso da BR Distribuidora.
  • Filipe Martins, ex-assessor especial da Presidência: réu na ação do golpe, foi preso pela Polícia Federal no bojo da Operação Tempus Veritati, a mirar uma tentativa de anular as eleições em 2022 por meio de um golpe de Estado. Está em prisão domiciliar em Ponta Grossa, no Paraná, desde o início do ano.
  • Daniel Silveira, ex-deputado: o ex-PM foi levado à prisão após ser condenado em abril de 2022 pelos crimes de ameaça ao Estado Democrático de Direito e coação no curso do processo. Ele chegou a receber um perdão assinado pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL), mas o indulto foi derrubado posteriormente na Justiça. Na segunda-feira 29, passou ao regime aberto mediante uso de tornozeleira.
  • Roberto Jefferson, ex-deputado e presidente de honra do PTB: em maio, Moraes concedeu prisão domiciliar humanitária ao ex-parlamentar de extrema-direita. Jefferson cumpre a pena em Comendador Levy Gasparian, no Rio de Janeiro. No fim de 2024, o STF condenou Jefferson a nove anos de prisão por calúnia, homofobia, incitação ao crime e tentativa de impedir o livre exercício dos poderes.
  • Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro: o tenente-coronel foi condenado a dois anos em regime aberto no bojo da trama golpista após a colaboração premiada ser validada pelo STF.  Cid foi preso em março de 2024, quando o STF considerou que ele descumpriu medidas cautelares e obstruiu a Justiça ao vazar áudios para a imprensa. Com a confirmação da delação, em setembro daquele ano, ele passou para prisão domiciliar.
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça: Torres foi preso em 14 de janeiro, por decisão de Moraes, por suspeita de omissão durante os atos antidemocráticos. Na data, o ex-ministro de Jair Bolsonaro havia voltado dos Estados Unidos, país onde fez estadia durante os atos em Brasília. Em maio, teve a preventiva revogada e passou a ser monitorado com tornozeleira.

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