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Mobilização virtual para o 7 de Setembro vira cortina de fumaça contra crise no governo

O pico de menções ao protesto ocorreu no dia 20, mesma data da operação da Polícia Federal contra o cantor Sergio Reis

Sem máscara, presidente aglomerou neste 7 de setembro (Foto: Sergio LIMA / AFP) Sem máscara, presidente aglomerou neste 7 de setembro (Foto: Sergio LIMA / AFP)
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Desde que tomou para si o ‘Dia da Independência’ — soa até irônico — o presidente Jair Bolsonaro e a extrema-direita deram início a uma série de convocações e chamamentos nas redes sociais. Com pautas que vão da defesa de Bolsonaro ao fechamento do Supremo, os militantes da extrema direita são responsável por 72% das menções ao tema nas redes sociais. Já os comentários da oposição somaram 28%. Os dados são da Arquimedes Consultoria.

O pico de menções sobre o ‘Sete de Setembro’ ocorreu no dia 20, com quase 250 mil postagens. Naquela mesma data, a Polícia Federal fez uma operação contra o cantor Sérgio Reis. O segundo pico foi no dia 23, com 220 mil menções — o noticiário destacava a reunião dos governadores em uma tentativa de conter a crise política, além da autorização de novos depoimentos no caso de interferência de Bolsonaro na PF.

Como ‘puxadores’ do cluster da extrema-direita favoráveis às marchas bolsonaristas no próximo feriado estão a deputada federal Carla Zambelli, investigada no inquérito das fake news, e o pastor Silas Malafaia que está convocando evangélicos para as marchas. O deputado Eduardo Bolsonaro também aparece em destaque no mapa feito pela Arquimedes, assim como os perfis de desinformação Conexão Política e Brazil Fight.

“Percebemos um crescimento dessa pauta e o investimento nas redes, conta Leonardo Barchini, consultor da Arquimedes. A narrativa bolsonarista serve, diz ele, para evitar que questões como o aumento da inflação e da conta de energia se tornem assunto nas redes.

“É uma forma de manter os apoiadores aglutinados, com uma pauta até certo ponto favorável a eles. Ir contra o STF, alimentar as desculpas de por que o país não anda e seguir alimentando a crise política”, completa.

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