Política

Mirando sustentação de futuro governo, PT monta estruturas de apoio a Lula pelo País

O movimento reflete em grande parte uma preocupação interna do partido

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Foto: Ricardo Stuckert
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O Partido dos Trabalhadores deu início a construção de estruturas políticas e de mobilização para a pré-candidatura do ex-presidente Lula. Será realizado nos dias 31 e 1 de fevereiro o Seminário Resistência, Travessia e Esperança, organizado pela liderança do PT na Câmara, que vai contar com a presença virtual do ex-presidente Lula quando será apresentada parte dessa proposta.

O evento também deve apresentar a Rede Nacional de Comitês de Ações Partidárias, organização cujo objetivo de construir cinco mil núcleos de apoio à candidatura petista pelo País. 

“O seminário vai discutir legado, debater o futuro e as estratégias e isso vai se desdobrar em várias reuniões posteriores para discutirmos a reestruturação do país e propostas de governo”, explicou o líder do PT, Reginaldo Lopes.

A ideia, segundo apurou CartaCapital, é aproveitar a formação de núcleos para, além da campanha manter para a sustentação em um eventual governo Lula, mantendo mobilização e pressão popular no caso de um Congresso não tão favorável.

“A ideia é levar a militância a participar da campanha para poder fazer com que a gente construa uma vitória política e eleitoral, para depois ter condição de sustentar o governo”, explica Paulo Okamoto, diretor do Instituto Lula. De acordo com ele, outros partidos também serão convidados a formar estruturas pelo País. As estruturas serão vinculadas a uma estratégia digital de comunicação, ainda em fase de elaboração.

O movimento reflete em grande parte uma preocupação interna do PT: focar na ampliação da bancada federal, que hoje possui 53 deputados, contra uma provável hegemonia parlamentar do avanço do Centrão e da direita. Com a fusão entre o DEM e o PSL, o União Brasil pode chegar a 82 deputados federais. O PL, hoje com 43 parlamentares, também deve crescer com a filiação de Jair Bolsonaro.

Os petistas ainda guardam na memória o desequilíbrio na coalizão em 2016, e buscam se ‘vacinar’ contra o fenômeno, evitando o abandono de bandeiras populares, ampliando bancadas e se aproximando do centro.

A partir dos núcleos já existentes do PT – 3.187 diretórios do partido e 289 comissões provisórias, segundo dados do TSE de 2019 – o objetivo é agregar, ainda, outros movimentos ligados a Frente Brasil Popular, como os recém reposicionados Comitês Lula Livre.

Mobilização pré-eleição

Os movimentos populares também estão se preparando para atuar nas eleições de 2022 para construir uma bancada progressista, eleger Lula e fortalecer um programa de mudança social. João Pedro Stedile, dirigente do MST e da Frente Brasil Popular, está à frente da criação de comitês suprapartidários agregando pessoas comuns, trabalhadores, estudantes, líderes comunitários, religiosos para, posteriormente, defender as pautas da esquerda em um eventual governo Lula. “Vamos começar a partir de agora a organizar pelo Brasil afora milhares de comitês populares onde participa quem quiser derrubar o governo Bolsonaro”, diz.

 

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