Política

Ministério da Defesa tenta explicar sugestão de votação paralela com cédula de papel

A participação de militares na Comissão de Transparência das Eleições reverbera ataques infundados de Jair Bolsonaro ao sistema de votação

Foto: Roque de Sá/Agência Senado
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Após intensificar a pressão sobre o Tribunal Superior Eleitoral, o Ministério da Defesa afirmou que a proposta de promover uma votação paralela em 2 de outubro não exigiria que eleitores votassem também em cédulas de papel e em uma segunda urna.

A assessoria do ministro Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira disse ao jornal O Estado de S.Paulo neste sábado 16 que somente funcionários da Justiça Eleitoral participariam da votação paralela.

Conforme a proposta da Defesa, então, urnas escolhidas para teste ganhariam uma segundo equipamento a ser utilizado no dia da votação. Alguns eleitores seriam convidados a liberar a votação na urna-teste por meio da biometria e, a seguir, servidores votariam em cédulas e na urna. Por fim, as cédulas seriam conferidas com o boletim de urna.

Na última quinta-feira 14, Nogueira compareceu à Comissão de Transparência, Fiscalização e Controle do Senado e tentou negar que as “sugestões” das Forças Armadas ao TSE sobre as urnas eletrônicas tenham “viés político”. A participação dos militares na Comissão de Transparência das Eleições, porém, reverbera ataques infundados do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao sistema de votação.

O coronel Marcelo Nogueira de Souza acompanhou o ministro no Senado e reconheceu avanços “incríveis” do TSE contra “ameaças externas”, mas disse que as Forças Armadas não têm a mesma convicção sobre “uma ameaça interna”.

As insinuações de Bolsonaro e militares sobre supostas fragilidades das urnas eletrônicas têm sido sistematicamente descontruídas. Após três rodadas de auditoria, técnicos do Tribunal de Contas da União concluíram que os mecanismos de gestão de riscos adotados pelo TSE para evitar “incidentes graves”, como ataques cibernéticos, e garantir eleições seguras neste ano estão adequados, além de seguirem “boas práticas internacionais”. A conclusão está em relatório apresentado na sessão da última quarta-feira 13.

Na sexta 15, em entrevistaCartaCapital, o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Carlos Ayres Britto afirmou não haver espaço para atuação eleitoral das Forças Armadas sem requisição do TSE. Ele também defendeu que o ministro da Defesa compreenda a natureza civil do cargo que ocupa.

“Em nenhum país civilizado do mundo Força Armada é mentora, cabeça, guia, condutora de processo eleitoral. Que história é essa? Isso aqui não é uma republiqueta.

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