Política

Militares pedem ao TSE arquivos das eleições de 2014 e 2018

Disputas nacionais são usadas pelo presidente Jair Bolsonaro para pôr suspeitas no sistema eleitoral

Jair Bolsonaro e militares do Exército. Foto: Sergio Lima/AFP
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As Forças Armadas solicitaram ao Tribunal Superior Eleitoral arquivos referentes às eleições de 2014 e 2018, citadas pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) como provas da existência de fraude. A informação é do jornal Folha de S.Paulo.

O pedido se concentra nos documentos dos anos eleitorais em que Bolsonaro reforça as suspeitas de adulteração dos resultados finais dos pleitos. No documento, segundo o jornal, as forças não informam qual é o objetivo da solicitação, mas, de posse dos arquivos, os militares podem, por exemplo, recontarem os votos daquelas eleições e colocá-las em dúvida.

As Forças Armadas pediram imagens dos boletins de urnas, além dos arquivos do registro digital de voto e os logos das urnas. O episódio reforça ainda mais o alinhamento dos militares com Bolsonaro.

O ofício encaminhado em 24 de junho diz que o pedido é para “esclarecer e conhecer os mecanismos do processo eleitoral com a finalidade de permitir a execução das atividades de fiscalização do processo eleitoral”.

O jornal questionou o Ministério da Defesa afirmou que as solicitações “são fundamentais para que os militares estudem os parâmetros e a estrutura do sistema eletrônico de votação para que possam realizar os trabalhos de fiscalização de forma técnica, séria e colaborativa”.

O pedido foi assinado pelo coronal do Exército, Marcelo Nogueira de Sousa, chefe da equipe das Forças Armadas que participará da fiscalização do processo eleitoral.

Na live semanal na última quinta-feira 7, Bolsonaro afirmou que convidará embaixadores de outros países para participarem de uma reunião que mostrará “como é o sistema eleitoral brasileiro” e fará a exposição de “tudo que aconteceu nas eleições de 2014, 2018” de forma documentada.

O convite é uma resposta ao encontro feito pelo presidente da Corte, Edson Fachin, com embaixadores no começo de junho. Bolsonaro afirmou que o episódio foi um “estupro à democracia”. No encontro, o presidente do TSE solicitou aos diplomatas que seus países reconheçam os resultado das eleições brasileiras tão logo seja anunciado pela Corte e que esteja em alerta durante o período eleitoral.

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