A primeira-dama Michelle Bolsonaro saiu em defesa do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, que pediu exoneração nesta segunda-feira em meio a suspeitas de que pastores atuavam como lobistas no MEC. Michelle, que é evangélica, assim como o ex-ministro, disse que Ribeiro vai provar que é uma “pessoa honesta, justa e leal”.
— Eu posso dizer que eu amo a vida dele. Deus sabe de todas as coisas. Vai provar que ele é uma pessoa honesta, justa e leal — disse Michelle ao chegar no evento de filiação dos ministros Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) e Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos).
Questionada se a demissão foi uma decisão acertada, a primeira-dama disse que ainda não conversou com o presidente sobre a saída de Milton Ribeiro.
Milton Ribeiro deixou o MEC nesta segunda-feira em meio a denúncias de que dois pastores atuavam como lobistas e pediam propina a prefeitos para destravar recursos da Educação. O caso é investigado pela Polícia Federal a pedido da Procuradoria-geral da República, que viu indícios dos crimes de corrupção passiva, tráfico de influência, prevaricação e advocacia administrativa.
A atuação de dois pastores dentro do Ministério da Educação (MEC) nos últimos dois anos expôs um suposto esquema de tráfico de influência dentro da pasta. Desde a posse do ministro Milton Ribeiro, em junho de 2020, os religiosos Gilmar Santos e Arilton Moura levaram dezenas de prefeitos para reuniões e, segundo acusações, cobravam propina para facilitar o repasse de verbas para esses municípios.
Ministros também saíram em defesa de Ribeiro e disseram que o escândalo não abala o discurso do presidente de que não há corrupção no governo. Segundo João Roma, da Cidadania, e Marcos Pontes, da Ciência e Tecnologia, Ribeiro deixou o cargo para preservar a sua imagem.
— Todos sabem da lisura dele (Milton Ribeiro) e ele atestou entregando o ministério em um gesto apenas de não ficarem se aproveitando de distorção de falhas em relação ao governo. Mas todos sabem da da lisura e da estrutura moral do ministro — disse o ministro da Cidadania, João Roma.
— Fui surpreendido, não esperava que ele saísse. Ele é uma pessoa extremamente correta, muito honesta. Acho que é mais pra preservar a a própria imagem, para sair de de dessa dessas discussões todas. É uma pena porque é um ministro muito bom de educação, é um ministério importante e nós precisamos de ministros categoria como ele — disse o ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes.
O ministro Tarcísio de Freitas também saiu em defesa do ex-ministro da Educação. Para o titular da Infraestrutura, não há corrupção na pasta.
– Eu não acredito em corrupção dentro da pasta, confio absolutamente no ministro Milton, que tive a oportunidade de conhecê-lo bem de perto. É um cara íntegro, honrado, um cara puro e, talvez até por essa pureza, ele tenha sido ali enganado por pessoas que tentaram usar o nome dele e, de repente, usaram da maneira inadequada. Agora isso não interferiu nos processos da pasta. Tenho certeza que isso vai ficar esclarecido e eu tenho absoluta convicção da honestidade do do ministro Milton. Você conhece um picareta de olhar e não é o caso do Milton.
Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.
Já é assinante? Faça login