Política

Trabalhadores de Metrô, CPTM e Sabesp decidem encerrar greve contra privatizações

A maioria do Sindicato dos Metroviários também decidiu que não haverá paralisação ou uma nova assembleia na semana que vem

Estação da Sé fechada devido à greve dos metroviários. Foto Paulo Pinto/Agência Brasil
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O Sindicato dos Metroviários de São Paulo decidiu, em assembleia realizada na noite desta terça-feira 3, não estender a greve deflagrada nesta madrugada.

O desfecho foi aprovado por 2.231 trabalhadores, 79% dos 2.952 que participaram da votação, na sede da entidade.

Ao longo do dia, funcionários do Metrô, da CPTM e da Sabesp promoveram uma paralisação unificada para reivindicar melhores condições de trabalho e contestar a privatização dos serviços. Eles denunciam que transferir o controle do poder público para a iniciativa privada tende a encarecer tarifas e piorar a qualidade dos serviços.

CPTM e Sabesp já haviam decidido não prorrogar a greve. No caso dos metroviários, a maioria do sindicato também decidiu que não haverá paralisação ou uma nova assembleia na semana que vem.

“A greve de hoje é uma greve da qual nossa categoria está saindo muito satisfeita, porque conseguiu mostrar as mentiras do governador e o impacto das privatizações”, disse a presidenta do Sindicato dos Metroviários, Camila Lisboa.

Logo no início desta terça, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) celebrou o fato de linhas privatizadas estarem em funcionamento no dia da greve. A paralisação de trabalhadores, segundo ele, reforçou a decisão da gestão estadual de estudar a concessão de linhas do Metrô e da CPTM.

Por volta das 14h, no entanto, a ViaMobilidade, concessionária responsável por administrar algumas linhas da CPTM, registrou uma falha no sistema elétrico e paralisou a circulação de trens entre as estações Morumbi e Villa Lobos-Jaguaré. Ônibus de um plano emergencial tiveram de ser acionados. Até as 22h, uma solução para o problema ainda não havia sido anunciada.

A empresa controla a operação e a manutenção das linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda. O contrato com o governo de São Paulo, assinado em 30 de junho de 2021, vale por 30 anos.

Nesta terça, o desembargador Celso Ricardo Peel Furtado de Oliveira decidiu que a multa imposta a funcionários do Metrô seria de 2 milhões de reais caso a paralisação deflagrada nesta madrugada continuasse.

Em 29 de setembro, o magistrado do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região havia fixado uma multa de 500 mil reais em caso de descumprimento dos termos – por exemplo, de manter 100% da operação nos horários de pico.

A nova decisão, expedida a pedido do Metrô, menciona “efetivo descumprimento da ordem judicial” e considera “a hipotética prorrogação do movimento paredista para o dia 4 de outubro de 2023”.

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