Justiça

Mesmo sob proteção de Gilmar Mendes, Beto Richa volta a ser preso

A terceira prisão do ex-governador do Paraná demonstra uma queda de braço entre o ministro do STF e a Lava Jato

Marcelo Camargo/Agência Brasil
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O ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB) foi preso pela terceira vez na manhã desta terça-feira 19. A ação é do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Paraná. De acordo com a assessoria do MP, no âmbito da Operação Quadro Negro, foram presos também Ezequias Moreira e Jorge Atherino. A operação apura desvios de recursos destinados à construção de escolas no Paraná.

Foram cumpridos mandados de busca e apreensão na residência dos três investigados e em duas casas de veraneio do ex-governador, localizadas em Matinhos (PR) e em Porto Belo (SC).

A terceira prisão de Richa demonstra uma queda de braço entre o ministro do STF, Gilmar Mendes, e a Lava Jato. Isso porque o ministro concedeu, na semana passada, um salvo-conduto para impedir a prisão do ex-governador. Mas a medida se aplica apenas às investigações da Lava Jato, não se encaixando nesse caso, o que permitiu o decreto de prisão preventiva.

Gilmar Mendes também concedeu outro salvo-conduto para Richa no ano passado. Na época, a medida era referente às investigações da Operação Rádio Patrulha, que investiga um esquema de propina para desvio de dinheiro por meio de licitações em um programa de recuperação de estradas rurais do estado do Paraná.

E na primeira vez que o tucano foi preso, em setembro do ano passado, também pelo Gaeco, na Operação Rádio Patrulha, o ministro mandou soltá-lo três dias depois. A investigação era sobre o programa do governo estadual Patrulha do Campo, que faz a manutenção das estradas rurais.

Investigações

Leia também: Lava Jato pede afastamento de Gilmar Mendes no "caso Paulo Preto"

Iniciada em agosto de 2015, a Operação Quadro Negro investiga casos de corrupção ativa, peculato e desvios de verbas públicas ocorridos no âmbito da Secretaria de Estado da Educação, especificamente por meio da Superintendência de Desenvolvimento Educacional, entre os anos de 2012 e 2015.

As investigações, segundo o Ministério Público do Paraná, demonstram o conluio entre agentes públicos e privados para fraudar laudos de medições e viabilizar o pagamento antecipado de obras de construção, reforma ou ampliação de escolas sem a real execução das obras contratadas.

Com informações da Agência Brasil

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