Mundo

Mercosul não pode ficar alheio à situação em Essequibo, diz Lula: ‘Não precisamos de guerra’

A declaração foi feita durante a abertura da 63ª edição da reunião da Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, no Rio de Janeiro

Lula durante reunião de líderes do Mercosul Foto por MAURO PIMENTEL / AFP)
Apoie Siga-nos no

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, na manhã desta quinta-feira 7, que acompanha com “crescente preocupação” a situação na região de Essequibo, na Guiana, alvo de uma disputa com a Venezuela.

Segundo o presidente brasileiro, o bloco não pode ficar alheio à situação.

“Não podemos ficar alheio a essa questão. O Mercosul é uma zona de paz e cooperação. Não queremos que esse tema contamine a retomada do processo de integração regional ou constitua ameaça a paz e a estabilidade”, disse.

Lula ainda enfatizou a importância da gerência da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos e da União de Nações Sul-Americanos no conflito para ser promovido um encaminhamento pacífico da questão.

“Uma coisa que não queremos aqui na América do Sul é guerra. Não precisamos de guerra, não precisamos de conflito. O que nós precisamos é construir a paz, porque somente com muita paz a gente pode desenvolver os nossos países”, afirmou.

A declaração foi feita durante a abertura da 63ª edição da reunião da Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, no Rio de Janeiro. Durante o discurso, Lula também atualizou os líderes do bloco sobre as negociações do acordo com a União Europeia.

Ele ressaltou que, mesmo depois de 23 anos de negociações, continua acreditando na concretização do acordo.

“A gente se dá conta de quem nem tudo que a gente quer acontece do jeito que a gente quer. Nós continuamos avançando. Eu estou sempre muito otimista. Tenho como lema não desistir nunca”, disse.

O petista ainda afirmou que o texto do acordo elaborado na gestão bolsonarista era inaceitável.
“O texto nos tratava como inferiores, como países ainda colonizados. Não dava para a gente abrir tanto a mão”, disse.

Ele ainda pontuou que o novo texto é mais equilibrado, mas ainda não parece ser suficiente.

“Eu entranhei a falta de flexibilidade da Europa de entender que nós ainda temos muita coisa para crescer, temos o desejo de nos industrializar, e que somente precisamos de flexibilidade, que eles comprem alguma coisa nossa. Mas eles ainda não estão sensíveis para isso”, disse.
“A UE precisa reconhecer a credibilidade do nosso sistema de monitoramento e certificação do desmatamento. Eu não vou ficar prestando contas das coisas que a gente faz. Nós tratamos a proteção ambiental com muita seriedade”, completou.

Lula também aproveitou a reunião para se despedir do presidente argentino Alberto Fernández, que deixará o poder no próximo dia 10 de dezembro.

“A nota triste de hoje é a despedida do nosso companheiro Alberto Fernández. Estou particularmente triste com a partida do Fernandez porque temos uma boa relação de amizade e eu nunca esqueço do gesto dele indo me visitar na PF em 2018, sempre tivemos uma belíssima relação com a Argentina”, concluiu.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo