Justiça

Mendonça rejeita ação contra família Bolsonaro por compra de imóveis com dinheiro vivo

Na decisão, o ministro do STF argumentou que deputado petista não apresentou ‘indícios ou meios de prova minimamente aceitáveis’

Mendonça rejeita ação contra família Bolsonaro por compra de imóveis com dinheiro vivo
Mendonça rejeita ação contra família Bolsonaro por compra de imóveis com dinheiro vivo
O presidente Jair Bolsonaro, junto aos filhos Flávio e Eduardo. Foto: Reprodução
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O ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal, negou um pedido do deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e os seus filhos Eduardo (PL-SP) e Flávio (PL-RJ), por causa de supostas práticas ilícitas relacionadas a 51 imóveis.

A ação no STF partiu de uma notícia publicada pelo portal UOL, em 30 de agosto de 2022, a reportar que todos esses imóveis haviam sido adquiridos com o uso de dinheiro em espécie, desde 1990. O número de propriedades negociadas desta forma representa quase a metade das 107 em seu patrimônio.

O valor atualizado estimado, segundo as matérias, superava os 25 milhões de reais.

Lopes encaminhou à Procuradoria-Geral da República uma notícia-crime e um pedido de medidas como o bloqueio de contas, a busca e a apreensão de celulares e computadores, a perícia desses objetos e a publicidade dos conteúdos.

Na decisão, Mendonça argumentou que Lopes não apresentou “indícios ou meios de prova minimamente aceitáveis que corroborem as informações contidas na referida matéria jornalística”.

O ministro escreveu que o próprio UOL “reconhece não ter feito qualquer imputação de crime ao presidente da República ou a membros da sua família”. Além disso, diz considerar que houve “insuficiência de elementos mínimos para instauração da persecução criminal”.

“O que se constata, em suma, é um conjunto de ilações e conjecturas de quem produziu a matéria, o que a posiciona melhor na categoria de mera opinião/insinuação do que descritiva de qualquer ilicitude em termos objetivos”, diz um trecho da decisão.

No ano passado, um mês antes da eleição, as reportagens do portal sobre o tema haviam sido retiradas do ar por ordem do desembargador Demétrius Gomes Cavalcanti, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal.

As publicações voltaram ao ar após autorização do próprio Mendonça.

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