Política

Mauro Cid confirma à PF que Bolsonaro pediu certificados de vacinação falsos

Segundo o ajudante de ordens, os documentos fraudulentos foram entregues em mãos ao ex-presidente

Jair Bolsonaro e Mauro Cid. Foto: Secom
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Um relatório de investigação da Polícia Federal, divulgado nesta terça-feira 19, revela que Jair Bolsonaro (PL) solicitou à Mauro Cid certificados de vacinas falsos em nome dele e da filha, Laura Bolsonaro.

O relato de Cid faz parte da delação premiada firmada entre o ex-assessor com a Polícia Federal, homologada pelo Supremo Tribunal Federal.

Apesar de continuar em sigilo, trechos foram utilizados no relatório da PF que embasou o indiciamento do ex-presidente, Mauro Cid e outras 15 pessoas pela suposta fraude dos cartões de vacina.

No relato, ex-ajudante de ordens afirma que, após Bolsonaro saber que ele possuía cartões de vacina falsos para si e sua família, solicitou que o ajudante fizesse para ele e sua filha também.

“QUE o COLABORADOR confirma que pediu os cartões do ex-presidente e sua filha […] sob determinação do ex-presidente JAIR BOLSONARO e que imprimiu os certificados; QUE solicitou a inserção de dados no sistema CONECTESUS de sua esposa, filhas, ex-presidente JAIR BOLSONARO e de sua filha, […]”, diz trecho do documento.

Segundo Cid, os documentos foram impressos no Palácio da Alvorada e entregues em mãos ao ex-presidente.

“QUE confirma recebeu a ordem do ex-Presidente da República, JAIR BOLSONARO, para fazer as inserções dos dados falsos no nome dele e da filha […]; QUE esses certificados foram impressos e entregue em mãos ao presidente”, revela outro trecho do depoimento.

As investigações apontam que os dados do cartão de vacinação do ex-presidente, da ex-primeira dama, Michelle Bolsonaro, da filha do casal, Laura Bolsonaro teriam sido fraudados. Mauro Cid, sua esposa e filhos também se beneficiaram do mesmo crime.

A quadrilha, sob a batuta do ajudante de ordens, teria inserido dados falsos sobre a vacinação contra a Covid-19 nos sistemas SI-PNI e RNDS, do Ministério da Saúde.

Segundo a Polícia Federal, a fraude só foi possível com o trabalho orquestrado de diversas autoridades públicas, enfermeiros, médicos e militares.

Com o indiciamento, Bolsonaro e os demais envolvidos figuram oficialmente como investigados no inquérito.

Os crimes de associação criminosa e inserção de dados falsos em sistemas públicos de informações, pelos quais Bolsonaro foi indiciado, têm penas somadas de até 15 anos de prisão.

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