Política

PSOL quer CPI das Milícias, mas evita envolver Queiroz e os Bolsonaro

A ideia do partido é desvendar as relações entre crime, política e as polícias em nível nacional

(Foto: Najara Araujo/Câmara dos Deputados)
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Depois da prisão de dois suspeitos pelo assassinato de Marielle Franco, a bancada do PSOL na Câmara tem dois objetivos importantes. Em primeiro lugar, continuar lutando para que a polícia revele quem são os mandantes e quais as motivações do crime. Outra missão é buscar votos para implantar uma CPI das Milícias.

Para a CPI, o PSOL decidiu apresentar uma proposta diferente da iniciativa inicial do PT. Desde fevereiro, petistas colhem assinaturas para investigar a relação de Flávio Bolsonaro com esses grupos, com base nos desdobramentos do caso Queiroz.

Já o PSOL prefere que as milícias sejam investigadas de maneira geral. “A gente entende que a natureza do pedido do PT mistura assuntos que não deveriam ser misturados”, disse o deputado federal Marcelo Freixo em coletiva da bancada do PSOL em Brasília.

Leia também: Freixo: 'o caso não está resolvido, quem mandou matar Marielle?'

A ideia, explica Ivan Valente, líder do PSOL, é desvendar as relações entre crime, política e as polícias em nível nacional, em um movimento semelhante à comissão liderada por Freixo em 2008, no Rio de Janeiro. Haverá uma reunião para acertar detalhes, na tarde desta terça-feira 12.

(Foto: Najara Araujo/Câmara dos Deputados)

Leia também: Assassinos de Marielle Franco planejaram o crime durante três meses

Para o deputado, tratar o caso de maneira mais ampla aumenta as chances de conseguir apoio do Congresso (são necessários 171 votos para abrir uma CPI). Além disso, diz, as “patentes ligações” do governo com as milícias, se comprovadas, devem aparecer nas investigações. “Vamos conversar com o PT, acho que nosso foco é mais adequado.”

Bolsonaro e os suspeitos

Leia também: Freixo: “Investigação sobre morte de Marielle não nos convence”

Nas redes sociais, lideranças do PT vêm chamando atenção para a proximidade entre os suspeitos pelas mortes e a família Bolsonaro. Um dos suspeitos, Ronnie Lessa, mora no mesmo condomínio de Jair Bolsonaro no Rio, e ambos aparecem em fotos com o presidente.

Em entrevista ao blog de Tales Faria, do UOL, o líder do partido na Câmara, Paulo Pimenta, falou em retomar a campanha pela CPI e citou “novos rastros de ligação com a família Bolsonaro” como um dos motivos.

Freixo evitou comentar as suspeitas das redes sociais sobre a relação entre os presos e Jair Bolsonaro. “Não vamos fazer qualquer ilação em relação ao presidente, porque temos responsabilidade.” O deputado lamentou, entretanto, o apoio histórico da família Bolsonaro às milícias e o pouco caso do presidente e dos filhos em relação à morte de Marielle.

“Quem até hoje sustentou politicamente as milícias, dialogou com grupos violentos e tentou fazer base eleitoral em lugares dominados pelo crime, deve explicar suas ações”, afirmou.

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