Política

‘Machista, vexame e brochada política’: Oposição reage a discurso de Bolsonaro no 7 de Setembro

Integrantes de partidos de esquerda condenam declarações do presidente e levantam possibilidade de crime no Bicentenário da Independência em Brasília

O presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, durante comemoração da Independência do Brasil em Copacabana, no Rio de Janeiro - Foto: AFP
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Integrantes de partidos de oposição ao presidente Jair Bolsonaro (PL) criticaram nesta quarta-feira 7 o uso político que o ex-capitão fez da comemoração do Bicentenário da Independência em Brasília e condenaram as declarações machistas feitas durante o evento.

Bolsonaro atacou o ex-presidente Lula (PT), criticou o Supremo Tribunal Federal e desacreditou as pesquisas eleitorais que apontam para a sua derrota na eleição deste ano. O ex-capitão ainda puxou o coro de ‘imbrochável’ e fez comparações entre a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e a socióloga Rosângela da Silva, conhecida como Janja, esposa de Lula.

A deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), que já foi vítima de ataques do presidente, classificou o discurso de Bolsonaro como “machista e ridículo”.

“A população brasileira se pergunta como alguém com tamanha incapacidade chegou à presidência da República. Ele não falou nenhum tema que interessa ao Brasil, como a situação do desemprego, a fome a violência”, avaliou a parlamentar em conversa com CartaCapital. “Hoje, ele mostrou a incapacidade de continuar no governo e uma gritante desqualificação para exercer do cargo. Um vexame”.

No evento, o presidente citou o que considera virtudes de sua esposa, como ser cristã e defender a família, e evitou destacar características de Janja.

“Na prática, ele foi machista com a própria esposa, inclusive com frases de duplo sentido, chamando de princesa, coisa completamente ultrapassada”, afirmou a deputada Samia Bomfim (PSOL-SP). A parlamentar também comentou a possível tipificação de crime eleitoral por parte do presidente.

Efeito reverso

Na avaliação do deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP), o teor do discurso do presidente resultará no aumento de eleitores dispostos a resolver a eleição no primeiro turno.

“Se o bolsonarismo imaginava transformar o 7 de setembro em uma manifestação popular foi a maior brochada política desta eleição“, disse o parlamentar. “O discurso mostrou que é um cão que late e não morde. Uma demonstração infantilóide de homem macho inseguro”.

O presidente do PSOL, Juliano Medeiros disse que Bolsonaro promoveu um “constrangimento internacional” ao sequestrar “o bicentenário da Independência em ato de campanha”.

Para Ivan Valente (PSOL-SP), o ex-capitão incitou “sua base à violência”. “Não permitiremos uma aventura autoritária. Golpe nunca mais e Bolsonaro na cadeia”.

Já o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) definiu as declarações do presidente como “patéticas”. “O discurso remete à ideia de fracasso. O governo dele é, de fato, um retumbante fracasso”.

O candidato a deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP) disse à reportagem que o roteiro bolsonarista era previsto. “Reforçar a ameaça golpista, atacar o STF, fazer insinuações e ameaças de violência. Enfim, o que ele fez nos últimos quatro anos no governo”, disse. “Chama atenção, depois de tantas declarações machistas, dizer que é imbrochável. Não há nenhum sinal maior da insegurança de um homem do que ter que se afirmar como imbrochável”.

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