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Lula vai à Argentina no seu primeiro compromisso no exterior

Presidente participará da Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), marcando o retorno do Brasil ao encontro

Lula encontrará o presidente Alberto Fernández em primeira viagem internacional no terceiro mandato. Foto: Ricardo Stuckert
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) embarcará, no início da noite deste domingo 22, para a Argentina, naquela que será a sua primeira viagem internacional desde que deu início ao seu terceiro mandato. Já na chegada, Lula será recebido pelo chanceler argentino, Santiago Cafiero. A viagem terá duração de quatro dias e envolverá, também, uma visita ao Uruguai.

O motivo principal da viagem de Lula será a participação na 7ª Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac). Lula participará do evento na terça-feira 24.

“Há um propósito muito claro das equipes dos dois países para avançar em termos de integração elétrica e gasífera”, disse o embaixador Michel Arslanian, secretário das Américas do Itamaraty, à AFP.

Na segunda-feira 23, pela manhã, Lula deverá cumprir a tradicional homenagem com flores ao general José Francisco de San Martín y Matorras, na Praça San Martín, em Buenos Aires. De lá, o presidente partirá para a Casa Rosada, sede da presidência da Argentina, para um encontro com o presidente do país, Alberto Fernández. Em seguida, haverá reunião com autoridades argentinas, como Sergio Massa (ministro da Economia) e Daniel Scioli (embaixador da Argentina no Brasil).

A previsão é de que Lula e Fernández façam um conjunto de acordos bilaterais a serem comunicados na tarde de terça, em coletiva de imprensa. Na eterça-feira, também, haverá um encontro com empresários brasileiros e argentinos, na Casa de Governo. Também está previsto um encontro de Lula com a ex-mandatária da Argentina, Cristina Kirchner, no Senado, embora o horário ainda não tenha sido confirmado.

Após o almoço, o petista se encontrará com dirigentes argentinos dos movimentos de Direitos Humanos, na Casa Rosada. Entre os dirigentes presentes, estarão Estela de Carlotto e Taty Almeida, das Mães e Avós da Praça de Maio. 

A associação argentina foi formada em 1979, durante a ditadura de Jorge Rafael Videla, e busca localizar todas as crianças que foram sequestradas das suas famílias pela ditadura militar argentina. Desde o início, a organização já solucionou 130 casos de crianças desaparecidas.

“Vamos dizer a ele [Lula] que repudiamos o ocorrido [os ataques golpistas em Brasília], que desejamos toda a sorte do mundo, essa será a nossa saudação”, disse Taty Almeida.

Ainda na segunda-feira, à noite, no Centro Cultural Kirchner (CCK), os presidentes participarão do “Concierto de la Hermandad Argentino Brasileña”. No espaço, será realizada uma mostra fotográfica de Ricardo Stucker, fotógrafo oficial de Lula.

Participação na Celac

A participação de Lula na cúpula da Celac representará o retorno do Brasil ao encontro. O país tinha deixado o grupo por decisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O Brasil foi um dos fundadores da organização, em 2010, durante o segundo mandato de Lula. O bloco regional é composto por 33 países e busca cooperar para o desenvolvimento e o comum acordo entre os países.

Celso Amorim, chefe da assessoria especial de Lula e ex-ministro das Relações Exteriores, afirmou à AFP que “há um claro simbolismo nisso, da prioridade que tem para nós a integração latino-americana e sul-americana”.

Entre os presidentes presentes ao encontro, além de Lula e Alberto Fernández, estarão Gustavo Petro, da Colômbia; Gabriel Boric, do Chile; e Miguel Díaz-Canel, de Cuba. Nicolás Maduro, da Venezuela, está cotado para participar do encontro.

Na Argentina, a expectativa é de que a visita seja a “pedra fundamental” de uma nova relação entre os países. No dia 1 de janeiro Alberto Fernández esteve no Brasil durante a posse de Lula.

Lula e Fernández discutirão a possibilidade de criação de uma moeda comum entre os países, sem necessidade de estar atrelada ao dólar. A questão monetária é especialmente importante para a Argentina, que terminou o ano de 2022 com uma inflação de 94,8%.

Na quarta-feira 25, o presidente seguirá em viagem oficial para o Uruguai. Na capital, Montevidéu, encontrará o presidente Luis Alberto Lacalle Pou.

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