Política

Lula nega ‘plano emergencial’ de 100 dias: ‘Meu compromisso é de quatro anos’

Em Pernambuco, o ex-presidente tornou a defender a recriação do Ministério da Cultura e a abertura de comitês estaduais sobre o tema

Foto: Reprodução
Apoie Siga-nos no

O ex-presidente Lula (PT) alertou na manhã desta quinta-feira 21 em Pernambuco que seu plano de recuperação do Brasil em um possível terceiro mandato não deve ser tratado como algo emergencial, com resultados imediatos. Conforme defendeu durante um evento cultural em Recife, sua ideia é usar os quatro anos de mandato para executar suas propostas.

“Não venham me pedir para fazer plano de emergência ou perguntar o que vou fazer em 100 dias, porque não é possível fazer nada em 100 dias. Meu compromisso é de quatro anos. Eu e o [Geraldo] Alckmin queremos ser medidos pela obra completa”, avisou o petista após citar diversas propostas a serem implementadas em um novo governo.

Focado no setor cultural, tema principal do evento, o ex-presidente afirmou, por exemplo, que pretende usar o setor como um instrumento de retomada do desenvolvimento econômico do País. “Quero fazer com que a cultura seja um criador de investimentos e empregos. Qualquer evento cultural envolve um monte de gente, e isso significa emprego decente, que não precisa desmatar, invadir o Pantanal e a Amazônia.”

Ele tornou ainda a garantir a recriação do Ministério da Cultura e a abertura de comitês estaduais para tratar do assunto de forma descentralizada. “Precisamos fazer uma verdadeira revolução cultural neste País”, prosseguiu. “Além de recriar o Ministério da Cultura, quero criar comitês de culturas estaduais para que não haja monopólio de cultura do centro-sul do País sobre o restante do território nacional.”

Lula voltou a criticar o Teto de Gastos, que tem barrado investimentos em diversos setores, em especial na cultura e na educação, e disse que, em um novo governo, pretende acabar com a medida. As pastas, garante ele, serão tratadas como ‘ministérios de investimentos’, não como ‘ministérios de gastos’.

Ao citar o regime fiscal adotado no governo de Michel Temer (MDB), o ex-presidente afirmou que não pretende repetir os ‘erros’ de alguns regimes progressistas na América Latina. Mencionando o exemplo da Argentina sob o comando de Alberto Fernández, Lula disse que não terá como foco anseios do mercado e de organizações como o FMI.

“Vamos ter de fazer coisas diferentes. Se ficar só pensando em política fiscal e Teto de Gastos, estamos ferrados”, apontou. “[Se pensarmos só nisso] Tenho medo de que aconteça com a gente o que aconteceu com o meu amigo Fernández na Argentina. Ele ganhou para resolver e não resolveu porque ficou preocupado só com o FMI. O FMI só está preocupado com países pobres… Quando a Alemanha quebrou, ninguém falou nada.”

Aliança com Alckmin oficializada

Sem comparecer presencialmente ao evento protocolar realizado nesta quinta em São Paulo para oficializar o lançamento da sua chapa com o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), Lula comentou a aliança:

“Resolvi procurar o Alckmin porque precisava de um companheiro com qualidade e dimensão. E um cara que governou São Paulo tem qualidade e dimensão suficientes. Não fui pedir ele em casamento, fui estabelecer uma aliança com um segmento político que não era meu.”

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.

Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.

Quero apoiar