Política

Lula: ‘Eu ainda trabalho com a ideia de que o PSB possa entrar na federação’

Ex-presidente também definiu apoio a Reginaldo Lopes como candidato ao Senado pelo PT em Minas e sinalizou positivamente para uma chapa com Alexandre Kalil no estado

Foto: Reprodução
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em entrevista à rádio Itatiaia de Minas Gerais, afirmou que ainda não desistiu de contar com o PSB na federação da centro-esquerda, formada por PT, PV e PCdoB. Segundo o petista, mesmo sem o acordo as siglas devem caminhar juntas na eleição.

“O fato do PT ter feito a federação com PV e o PCdoB é uma coisa muito importante. Eu ainda trabalho com a ideia de que o PSB possa entrar nessa federação. Mas, se não entrar, vamos fazer uma coligação e vamos estar juntos na campanha de 2022”, explicou Lula nesta quinta-feira 10.

Por estar em uma rádio mineira, o petista foi questionado diversas vezes sobre as conversas que mantém com Alexandre Kalil (PSD) para a formação de uma chapa no estado. Lula evitou confirmar que já tenha se encontrado com o prefeito de Belo Horizonte nos últimos dias em São Paulo, mas sinalizou positivamente para a composição.

Sobre a chapa, a intenção seria indicar Reginaldo Lopes, líder do PT na Câmara. A composição já havia sido antecipada por CartaCapital em apuração sobre os bastidores da conversa de Lula com Kalil em São Paulo. Pesquisa interna do PT mostra que as intenções de voto no deputado, para o cargo de senador, chega a 27% quando apoiado pelo ex-presidente.

“É notório e público que o PT tem interesse de ter o Reginaldo como candidato ao Senado, porque ele é um bom candidato, já provou que tem voto e é muito querido em Minas. Então, trabalhamos com a ideia de que o Reginaldo seja o candidato do PT ao Senado em Minas, obviamente vamos sentar para conversar com o PSD e com o Kalil no momento certo”, disse. “Mas posso dizer que o Reginaldo é o nosso candidato ao Senado”, reforçou logo em seguida.

Em entrevista a CartaCapital, Kalil chegou a reconhecer que é ele quem precisa de Lula e não o contrário. Questionado sobre essa afirmação, Lula também minimizou:

“Seria presunção da minha parte dizer que o Kalil só ganha com apoio do PT. Uma aliança é uma via de duas mãos, se nos juntarmos, vamos ajudar o Kalil e ele vai nos ajudar”, disse.

Lula diz que possível aliança com Alckmin não é ‘incoerência’ de sua parte

Durante a entrevista, o petista foi questionado se uma aliança com Geraldo Alckmin, ex-governador de São Paulo pelo PSDB e adversário histórico do PT, não seria uma ‘incoerência’ de sua parte.

“Ora, se você não votou em mim nas eleições passadas e pretende votar agora, você acha que eu vou recusar? Se eu tive uma divergência com o Alckmin, porque foi candidato contra mim, eu também tinha uma divergência com meu irmão Frei Chico quando a gente jogava bola, ele jogava em um time e eu no outro”, ironizou Lula.

“Se eu for colocar divergência eleitoral de algum momento como paradigma para eu fazer política, é melhor eu não ser político. Temos que saber o momento, o que está em causa e o que se pode construir. Esse é o significado das alianças políticas que você faz. Não é o fato de ser oposição que vou deixar de conversar […]. Se em algum momento estivemos de lado opostos, podemos estar do mesmo lado em algumas circunstâncias”, completou em seguida.

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