Política

Lula: ‘Espero que Alckmin escolha um partido da nossa base, para que possamos anunciar para a sociedade’

Para o petista, o companheiro de chapa tem de ser capaz de ‘trazer outros setores da sociedade e ajudar na construção e no funcionamento de um governo de coalizão’

O ex-presidente Lula. Foto: Ricardo Stuckert
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O ex-presidente Lula afirmou nesta sexta-feira 28 esperar que o ex-tucano Geraldo Alckmin se filie a um partido que componha a base de apoio ao PT nas eleições de 2022, a fim de viabilizá-lo como candidato a vice-presidente da República.

Alckmin tem em mãos um convite do PSB e outro do Solidariedade. Enquanto os pessebistas, presididos por Carlos Siqueira, tentam superar divergências com os petistas nos estados, a sigla de Paulinho da Força diz não fazer qualquer exigência para abrigar Alckmin e apresentá-lo como vice de Lula.

“Há muita discussão sobre a minha aliança com o ex-governador Alckmin, e ela ainda não pode ser concretizada porque o Alckmin está sem partido e eu estou sem definir a minha candidatura. Estou conversando com muitos partidos, muitas personalidades políticas”, disse Lula em entrevista à Rádio Liberal, do Pará.

Segundo o petista, que lidera as pesquisas de intenção de voto para o pleito presidencial, o vice será alguém “diferente” dele, “um contraponto ao próprio PT”. Para Lula, o companheiro de chapa tem de ser capaz de “trazer outros setores da sociedade e ajudar na construção e no funcionamento de um governo de coalizão com esse Congresso Nacional do jeito que está”.

Em referência ao atual vice-presidente, o general Hamilton Mourão, Lula declarou que, se chegar ao poder, seu vice “vai participar das reuniões do governo, vai ajudar a elaborar e a executar programa, vai exercer a Presidência quando eu me ausentar… Será um vice por inteiro, não um vice meia cara”.

“Espero que o Alckmin se defina por um partido que esteja na base de apoio da nossa candidatura, para a gente poder trabalhar e anunciar para a sociedade o gol que você tanto almeja”, acrescentou, aproveitando-se de uma metáfora futebolística utilizada pelo entrevistador.

As vitórias sobre a Lava Jato

Lula celebrou nesta sexta a decisão da juíza Pollyanna Alves, da 12ª Vara Federal Criminal de Brasília, de arquivar o caso do triplex do Guarujá – processo utilizado pela Lava Jato para condenar o ex-presidente e retirá-lo da disputa eleitoral em 2018.

O petista se referiu ao episódio como uma “mentira contada pelos meus algozes”.

“A mentira contada contra mim a Justiça Federal matou definitivamente. Sempre acreditei que a verdade viria à tona”, prosseguiu. “Vou evitar citar o nome deles, porque cada vez que cito, ficam aproveitando para fazer disputa. Sempre acreditei que a verdade viria à tona.”

Lula disse estar em “uma posição de muita tranquilidade, vendo a verdade aparecendo a cada dia”, porque “quem era herói está virando bandido e quem era bandido está virando herói”.

Segundo ele, o País colheu em 2018 “o resultado da forte campanha contra a política feita nos anos anteriores”, especialmente pela Lava Jato, simbolizada pelo então juiz Sergio Moro e pelo então procurador Deltan Dallagnol – anos depois, ambos decidiram entrar oficialmente na política.

A consequência da “campanha contra a política”, diz Lula, é Jair Bolsonaro, um presidente “de que o Brasil não precisava”.

“Uma figura sem amor no coração, sem afeto, sem solidariedade, que não acredita na Ciência ou na Educação, um homem que só se dá com seus milicianos e com seus grupos”, criticou o petista. “O povo terá a chance de, em 2022, dizer que Brasil ele deseja, como ele quer que este País seja governado e colocar de novo a esperança e o sonho na mesa e na urna para que a gente possa mudar definitivamente este País. Voltar a sonhar, voltar a ser feliz.”

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