Política
Lula diz que só promoverá reforma ministerial ‘se houver uma catástrofe’
O presidente negou que Arthur Lira havia pedido um ministério, mas não descartou a opção de negociar a entrada do PP no governo
O presidente Lula (PT) afirmou nesta quinta-feira 1º que não promoverá uma reforma ministerial neste momento, mesmo com as dificuldades enfrentadas no Congresso Nacional para a aprovação da medida provisória de reestruturação dos ministérios.
A declaração foi concedida após cobranças públicas do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), sobre problemas na articulação do governo no Congresso. Outra queixa é de que o Planalto estaria “segurando” nomeações para cargos e a liberação de emendas.
“Não está na minha cabeça fazer a reforma ministerial, a não ser que aconteça uma catástrofe e que eu tenha que mudar. Mas, por enquanto, o time está jogando melhor que o Corinthians”, afirmou à imprensa após encontro com o presidente da Finlândia, Sauli Niinistö, em Brasília.
O presidente também negou que Lira tenha pedido um ministério para o seu partido, mas não descartou a chance de negociar a entrada do PP no governo. “Se ele pedir, a gente vai avaliar. Mas, até agora, nunca ouvi o Lira pedir ministro”, concluiu.
Pouco antes das declarações de Lula, Lira afirmou ter feito alertas ao governo a respeito da insatisfação de parlamentares. Ele também defendeu que o presidente dê mais espaço em seus ministérios a partidos de fora da base aliada, a fim de ampliar o apoio no Congresso.
Aprovação no Senado
A aprovação no Senado, nesta quinta-feira, da MP de reestruturação dos ministérios ocorreu horas antes de a medida “caducar”, ou seja, perder seus efeitos legais. Se não fosse aprovada, 17 ministérios criados e recriados pelo presidente seriam extintos.
A análise foi finalizada nesta tarde, com 51 votos favoráveis, ante 19 contrários e uma abstenção. O texto aprovado, no entanto, esvazia os ministérios do Meio Ambiente e dos Povos Indígenas.
Mesmo com o prazo apertado e as incertezas dos últimos dois dias, Lula minimizou a pressão. Mais cedo, em coletiva, ele afirmou que a tramitação conturbada “é natural” do ambiente político.
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