Política
Lula critica ‘guerra santa’ na campanha e afirma que não usará religião contra Bolsonaro
Em São Paulo, o petista ainda disse querer conversar com os eleitores ‘enquanto cidadãos’
O candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou nesta sexta-feira 19 não estar em sua cultura política “estabelecer qualquer princípio de guerra santa”.
Enquanto isso, Jair Bolsonaro (PL) e apoiadores tentam arrastar a campanha política para a religião. Nas últimas semanas, espalhou-se entre evangélicos o boato de que Lula fechará templos religiosos caso volte ao poder. O PT reagiu e acionou na Justiça o deputado federal Pastor Marco Feliciano (PL-SP), que admitiu ter apostado nessa pregação para “alertar” os seus seguidores.
“Não quero ficar disputando voto religioso porque acho que não faz parte da minha cultura política estabelecer qualquer princípio de guerra santa numa política”, disse o ex-presidente a jornalistas, em São Paulo, após se reunir com seu vice, Geraldo Alckmin (PSB). “Eu nunca utilizei religião na minha campanha. Acho que quando um ser humano vai à igreja, ele vai tratar da sua fé, vai tratar das suas dignidades, ele não vai lá para discutir política. Eu não participarei disso.”
Lula ainda disse querer conversar com os eleitores “enquanto cidadãos”.
“A mim, não importa se ele seja evangélico, católico, da religião islâmica, judaica, da matriz religiosa africana, não importa.”
Uma pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira 19 revela que o contingente de eleitores evangélicos que dizem votar em Bolsonaro cresceu 7 pontos percentuais em um mês. Ao todo, o ex-capitão tem 49% da preferência no segmento, ante 32% de Lula.
Já entre os católicos, Lula é apontado como o favorito. Ao todo, 52% dos eleitores que se identificam com essa religião dizem votar no ex-presidente. Só 27% indicam optar por Bolsonaro. Segundo o Datafolha, 50% dos eleitores brasileiros se declaram católicos.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.



