Política

Lula cresce 9 pontos e Bolsonaro cai 5 entre os beneficiários do Auxílio Brasil, mostra pesquisa

Público é um dos focos de Bolsonaro com a PEC Eleitoral, que amplia o valor do benefício de 400 para 600 reais

Fotos: Ricardo Stuckert e Norberto Duarte/AFP
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O ex-presidente Lula (PT) viu seu percentual de apoiadores entre os beneficiários do Auxílio Brasil crescer 9 pontos percentuais em apenas 15 dias. No mesmo período, o presidente Jair Bolsonaro (PL) perdeu 5 pontos nas intenções de voto do segmento. Os resultados constam na nova rodada da pesquisa PoderData, divulgada nesta quarta-feira 20.

Ao todo, entre aqueles que recebem o Auxílio Brasil, Lula soma 52% das intenções de voto, 20 pontos percentuais de vantagem sobre o ex-capitão, que tem apenas 32% entre essa parcela do eleitorado na pesquisa. Há 15 dias, a distância entre os dois pré-candidatos era de apenas 6 pontos, já que Bolsonaro havia saltado de 28% para 37% naquela ocasião.

Vale ressaltar que a pesquisa é a primeira a ser divulgada após a promulgação da PEC Eleitoral, que, entre outras medidas, amplia o Auxílio Brasil de 400 para 600 reais. Segundo os pesquisadores, apesar do dinheiro ainda não ter chegado na conta dos beneficiários, já é possível ver os reflexos iniciais da medida nos resultados, uma vez que as notícias sobre as medidas foram intensas.

A PEC é a principal aposta de Bolsonaro para reverter a desvantagem entre um dos públicos em que ele encontra mais dificuldade: os mais pobres. O ex-capitão vem, ao longo dos últimos meses, registrando um baixo desempenho eleitoral nas camadas que recebem até 2 salários mínimos. Seu índice de popularidade e avaliação positiva ao seu trabalho também são baixos nesta parcela dos brasileiros.

A medida, portanto, visava reverter esse quadro. Os primeiros resultados no público, no entanto, não são positivos ao atual presidente. É importante registrar que a PEC não tem apenas os beneficiários do Auxílio Brasil como alvo, caminhoneiros, categoria que em 2018 apoiou com mais intensidade o ex-capitão, também estão no foco. Eles devem receber voucher de 1 mil reais a partir de agosto para conter o avanço no preço do diesel.

O fato de focar também em classes que ele já tinha certo apoio pode explicar os números um pouco mais favoráveis a Bolsonaro no quadro geral da pesquisa. O ex-capitão diminuiu para 6 pontos percentuais a desvantagem para Lula no primeiro turno. Ao todo, ele tem 37% das intenções de voto, contra 43% do petista. No segundo turno, a desvantagem segue, o ex-presidente soma 51%, ante 31% de Bolsonaro.

Lula em vantagem no Sudeste e no Nordeste

Além do recorte entre os beneficiários do Auxílio Brasil, a pesquisa PoderData também divulgou o recorte eleitoral nas regiões do Brasil. Lula tem vantagem sobre Bolsonaro no Sudeste e no Nordeste. Na primeira região, o petista reúne 43% das intenções de voto, ante 37% do ex-capitão. Já na segunda, sua vantagem salta ainda mais: 51% a 27%.

No Sul, por sua vez, é onde Bolsonaro tem seu melhor resultado e aparece na frente de Lula com 48% a 28%. Centro-Oeste e Norte registram empates técnicos. Na primeira região, Bolsonaro tem 41% e Lula 36%. Na segunda, o ex-capitão soma 50%, ante 44% do petista.

Perfil dos eleitores

A pesquisa ainda revelou qual o perfil dos eleitores que dão vantagem a Lula no primeiro turno. Destacam-se as mulheres, com 46%; os mais jovens (16 a 24 anos), com 52%; e os mais pobres (renda até 2 salários mínimos), com 50%.

O ex-capitão, por sua vez, se segura entre os eleitores homens, em que soma 43%; na faixa de idade de 45 a 59 anos, com 43%; e entre os mais ricos, com 47% entre quem ganha mais de 5 salários mínimos e 48% entre aqueles com renda entre 2 e 5 salários.

Os resultados gerais da pesquisa desta quarta-feira, contratada pelo site Poder360, tem margem de erro de 2 pontos percentuais e índice de confiança de 95%. Ao todo, foram ouvidos 3 mil eleitores entre os dias 17 e 19 de julho. O registro do levantamento no Tribunal Superior Eleitoral é BR-07122/2022. É importante registrar ainda que, em recortes específicos, a margem de erro pode variar. No caso dos beneficiários do Auxílio Brasil, por exemplo, ela é de 4,7 pontos percentuais. A taxa em cada região e público está especificado na imagem acima.

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