Política

Lula: Ciro Gomes está perdido e caminha para o isolamento

‘ Em política a gente colhe o que a gente planta. Eu acho que o Ciro está agindo equivocadamente’, afirmou o ex-presidente

Foto: Reprodução/Redes Sociais
Apoie Siga-nos no

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) avaliou nesta quarta-feira 29 que a busca por um nome da chamada terceira via para as eleições de 2022 é um ‘empobrecimento da política’ brasileira. Para o petista, todo partido deveria lançar uma opção própria de candidato para o primeiro turno e não mais insistir em buscar apenas um único nome.

“Todos os partidos que querem uma terceira via deveriam lançar os seus candidatos. Lança [Sérgio] Moro, lança [Deltan] Dallagnol, lança quem quiser. Então, o povo, soberanamente, vai escolher quem ele quer presidente ou em um segundo turno”, explicou em entrevista à rádio Capital FM, do Mato Grosso

Em seguida, acrescentou: “Acho um empobrecimento da política essa discussão da terceira via. Você tem 32 partidos, muitos como parte do Centrão, todo mundo poderia ter candidato”.

Na entrevista, Lula lamentou ainda os ataques que tem sofrido do seu ex-ministro Ciro Gomes, presidenciável pelo PDT. Para ele, o pedetista está ‘perdido’ e seu atual comportamento o leva para um ‘isolamento’.

“É uma pena que Ciro Gomes esteja tendo esse comportamento. O Ciro foi ministro, o [Carlos] Lupi foi ministro. O PDT esteve dentro do governo. Nós temos uma amizade muito grande. O Ciro já foi candidato outras vezes e nunca fez acusações ao PT. O comportamento do Ciro está levando ele ao isolamento”, avaliou Lula.

“Não sei quem ele está querendo agradar neste instante, se está querendo herdar os possíveis votos que Bolsonaro vai perder. Mas é um problema dele. Em política a gente colhe o que a gente planta. Eu acho que o Ciro está agindo equivocadamente”, completou.

Ainda mirando as eleições de 2022, Lula colocou o PT como o ‘partido a ser batido’, criticou a polarização ‘fascista’ feita por Jair Bolsonaro e defendeu ‘embates democráticos’, como fez com o PSDB nas últimas décadas, com exceção da disputa com Aécio Neves, conforme explicou.

“Quando disputava o PT e o PSDB diziam que era preciso acabar com a polarização. Acabaram então com o PSDB, porque o PT continua na polarização porque o PT é o mais importante partido político desse País. Não é à toa que o PT foi o segundo em 89, segundo em 94, segundo em 98, o primeiro em 2002, o primeiro em 2006, o primeiro em 2010, o primeiro em 2014 e o segundo em 2018 com Lula na prisão”, defendeu.

Para ele, diferente de Bolsonaro, o PSDB fazia uma oposição civilizada’: “Uma coisa era você disputar uma eleição contra Fernando Henrique Cardoso, contra o [José] Serra ou contra o [Geraldo] Alckmin, outra coisa é você disputar uma eleição com um troglodita fascista que nem o Bolsonaro”.

Sobre Bolsonaro, o petista criticou a forma como o atual presidente tem lidado com a crise econômica pela qual atravessa o Brasil, em especial, na questão dos preços de combustíveis.

“Bolsonaro tem sido muito irresponsável. Ele é como aquele marido que não consegue cuidar da família e fica culpando o vizinho. Ele hoje confessa que não entende nada de economia e que é o [Paulo] Guedes quem tem que cuidar disso. Ele deveria entender pelo menos o aumento do preço”, criticou o ex-presidente.

Segundo explicou, a alta de preços poderia ser contida com o fim da política de paridade de preço dos combustíveis com o mercado internacional.

“O Brasil é autossuficiente na produção de gasolina e de óleo diesel. Portanto, a gente não teria que estar subordinado a preço internacional. Na verdade, o que a Petrobras está fazendo é acumular dinheiro para pagar acionista, sobretudo os acionistas americanos. Não tem explicação”, destacou Lula.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo