Política

Lula celebra o apoio de Marina Silva: ‘dia histórico’

No reencontro com a ex-ministra, o petista citou ameaças do bolsonarismo: ‘nossa democracia está fugindo pelos dedos’

Marina Silva e Lula. Foto: Ricardo Struckert
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O ex-presidente Lula (PT) celebrou, nesta segunda-feira 12, o apoio formal da ex-ministra Marina Silva (Rede), que estava afastada de seu círculo político desde 2014. Em coletiva realizada em São Paulo, ela oficializou a aliança, motivada pelas ameaças democráticas do bolsonarismo, e entregou um documento focado em pautas ambientais para compor o plano de governo do petista. Para Lula, ‘foi um dia histórico’.

“Quero dizer para a Marina que hoje é um dia histórico para o PT, para a nossa candidatura e para quem sonha em fortalecer a nossa democracia”, disse Lula logo no início de seu pronunciamento. Em seguida, minimizou o afastamento: “Eu nunca estive tão distante ideologicamente da Marina. Na política a gente toma algumas decisões e nem sempre a gente se encontra nesses caminhos. Mas também tem momentos da história em que a gente se reencontra.”

Assim como Marina, Lula classificou a reaproximação como ‘necessária’ pelo contexto de ameaças democráticas representadas por Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados.

“Esse reencontro é importante não apenas pela qualidade de programa que a Marina apresenta, mas também pelo momento político que a gente está vivendo”, destacou. “O momento exige muito mais compreensão de todas as pessoas que fazem política. A democracia está correndo risco neste País. Os exemplos estão dados”, prosseguiu, antes de listar uma série de episódios de violência política vividos nos últimos meses.

Na sequência, Lula minimizou as divergências acentuadas em 2014, quando a ex-ministra se tornou alvo da campanha de Dilma Rousseff (PT) e acabou por apoiar Aécio Neves (PSDB) no segundo turno.

“A nossa democracia está fugindo pelos nossos dedos”, avaliou. “A presença da Marina é uma demonstração de que a democracia pode ser exercida mesmo quando você tem divergências pontuais. A democracia não é um pacto de silêncio. É uma sociedade em ebulição, em movimento. Essa democracia… A Marina faz parte dela.”

Sobre o plano entregue por Marina, Lula disse considerar as medidas ousadas, mas em linha com o que já pretendia em um novo governo. “Hoje temos uma Marina muito mais calejada, experienciada… Eu diria até mais ousada, porque o programa que ela apresenta é um programa ousado em um País que precisa levar mais a sério a questão do clima e ambiental.”

Para ele, os caminhos apresentados pela ex-ministra contribuem para que o Brasil volte a ser protagonista no combate ao desastre climático, causado, em especial, pelo desmatamento. “O mundo está exigindo de nós um comportamento sério. Este País tem de virar protagonista internacional na questão do clima. Não tem nenhum outro país que tenha condições de ser esse protagonista internacional.”

O ex-presidente ainda tornou a projetar a criação do Ministério de Segurança Pública focado na proteção ambiental. Disse ainda que, caso seja levado a um terceiro mandato, agirá para acabar com o garimpo em terras indígenas e retomar a demarcação de terras, interrompida na gestão de Bolsonaro.

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