Política

Lula ao Congresso: ‘Genocídio contra o povo Yanomami exige medidas mais drásticas’

O governo enviou carta aos parlamentares um dia após eleições de Arthur Lira e Rodrigo Pacheco

O presidente Lula e os presidentes do Congresso, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco. Foto: Evaristo Sá/AFP
Apoie Siga-nos no

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu ao Congresso Nacional providências mais concretas contra o que chamou de “genocídio” do povo indígena Yanomami, foco de investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal.

Em uma mensagem ao Parlamento, por meio de carta, o governo federal fez críticas à gestão de Jair Bolsonaro (PL) e pregou a retirada de 20 mil garimpeiros que, segundo o texto, atuam de forma ilegal no território indígena e mantêm a prática de assassinatos de crianças, destruição de florestas e envenenamento de rios.

“Asseguro nosso compromisso de cuidar da saúde de todas e todos, sem exceção, para que situações como a de nossos irmãos Yanomami, deliberadamente abandonados pelo governo anterior, não se repitam nunca mais. O genocídio cometido contra o povo Yanomami exige de nós medidas mais drásticas, além do atendimento médico de urgência e do combate à desnutrição”, diz o texto.

De acordo com a mensagem, a invasão das terras indígenas se acentuou durante o governo Bolsonaro, com o incentivo à grilagem e à exploração ilícita de recursos naturais por garimpeiros, madeireiros, pecuaristas, pescadores, caçadores ilegais e narcotraficantes.

O garimpo ilegal aumentou 46% em 2021, na região de 371 comunidades e 28,1 mil indígenas Yanomami, diz o governo. O Palácio do Planalto afirma ainda que houve o desmantelamento da Fundação Nacional dos Povos Indígenas, a Funai, com a destinação de apenas 30% do orçamento do órgão para o financiamento de atividades finalísticas.

Além disso, o orçamento para 2023 foi apresentado ao Congresso com um corte de 34 milhões de reais. O governo relata uma redução de 59% no orçamento para a Secretaria Especial de Saúde Indígena em relação ao ano anterior.

Na pandemia, ressalta também o texto, indígenas de 165 povos foram mortos pela Covid-19, sem ações governamentais de prevenção e enfrentamento à crise sanitária.

O documento é enviado ao Congresso um dia após a eleição de Arthur Lira (PP-AL) à presidência da Câmara e Rodrigo Pacheco (PSD-MG) ao mesmo cargo no Senado. Lira foi reeleito com uma votação recorde e com o apoio do Partido dos Trabalhadores. Já Pacheco sofreu perda de votos em relação à eleição de 2021.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo