Política

Arthur Lira põe pesquisas eleitorais em xeque e sugere ‘punir’ institutos que erram

Os únicos institutos que divergem do padrão atual dos resultados são os que apontam vantagem de Bolsonaro sobre Lula

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), repetiu insinuações comumente feitas por Jair Bolsonaro (PL) sobre as pesquisas eleitorais. Nesta quinta-feira 22, em suas redes sociais, o parlamentar disse que os resultados divergentes em levantamentos de diferentes institutos são ‘um desserviço’ e que deveriam ser ‘punidos com medidas legais’.

“Nada justifica resultados tão divergentes dos institutos de pesquisas. Alguém está errando ou prestando um desserviço”, escreveu Lira. “Urge estabelecer medidas legais que punam os institutos que erram demasiado ou intencionalmente para prejudicar qualquer”.

Ao fazer a afirmação, no entanto, o parlamentar omite que as pesquisas com números conflitantes são justamente as que apontam vantagem de seu aliado, Bolsonaro, sobre o ex-presidente Lula (PT). Vale ainda dizer que ele não cita que os resultados dos levantamentos são diversos porque há diferenças nas metodologias e amostragem. No geral, porém, os principais institutos apontam para a mesma tendência: vitória de Lula e derrota para Bolsonaro.

Mais adiante, Lira ainda reforça: “Não podemos permitir que haja manipulações de resultados em pesquisas eleitorais. Isso fere a democracia”. O parlamentar, mais uma vez, insinua que os levantamentos estariam sendo fraudados. Não há, porém, qualquer comprovação desta alegação nas suas publicações.

O discurso é bem semelhante ao que faz Bolsonaro, que insiste em dizer que está na dianteira pelo ‘Datapovo’, uma expressão para se referir aos apoiadores que encontra nas ruas. Pesquisas, no entanto, seguem métodos científicos de estratificação e amostragem monitorados periodicamente. As margens de erros e níveis de confiança também são determinados a partir de métodos estatísticos. Os detalhes de cada levantamento divulgado constam no site do Tribunal Superior Eleitoral como manda a legislação.

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