Política
Lira instalará comissão para apurar denúncias sobre a Ilha de Marajó
A CartaCapital, deputado afirma que um dos objetivos é apurar ‘possível envolvimento de autoridades locais’


O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), indicou a líderes partidários que pretende instalar nesta quarta-feira 28 uma comissão externa para apurar as denúncias de suposta exploração sexual e tráfico de crianças na Ilha de Marajó, no Pará.
A demanda foi apresentada pelo deputado federal Ricardo Ayres (Republicanos-TO). CartaCapital apurou que a sinalização ocorreu durante uma reunião na residência oficial da Câmara.
O colegiado, composto por nove parlamentares, deve realizar visitas ao arquipélago já na largada dos trabalhos.
Ayres e a deputada Amanda Gentil (PP-MA), que preside a Frente Contra o Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, tocarão os trabalhos da comissão.
Entre as diligências a serem cumpridas ainda há uma solicitação de informações a órgãos estaduais e nacionais, além da oitiva de supostas testemunhas.
Outra ideia da comissão é convidar o governador Helder Barbalho (MDB) e o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, a participarem da visita a Marajó.
“O objetivo também é identificar possível envolvimento de autoridades locais que, no mínimo, podem estar sendo omissas quanto a essas denúncias”, disse Ayres a CartaCapital. “Essa missão é fundamental para garantir que as denúncias sejam tratadas com seriedade e que medidas efetivas sejam implementadas”.
Supostos casos de pedofilia e exploração sexual são investigados há décadas na região e voltaram a ser debatidos nas últimas semanas após a música Evangelho de Fariseus, da cantora gospel Aymeê, viralizar na internet.
A artista alegou ser “normal” identificar registros de tráfico de órgãos no local, o que foi rebatido por promotores do Ministério Público Federal que apontaram não haver “qualquer notícia de crimes relacionados a tráfico de órgãos”.
Em 2016, a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara chegou a abrir um inquérito sobre o caso.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.