Líder do PT defende mobilização para levar Campos Neto à Câmara: ‘A taxa de juros é abusiva’

'O presidente do Banco Central, como qualquer outra autoridade, tem de explicar suas decisões', afirmou Zeca Dirceu a CartaCapital

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Foto: Raphael Ribeiro/BCB

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O líder do PT na Câmara dos Deputados, Zeca Dirceu (PR), confirmou nesta quinta-feira 9 ter assinado um requerimento para convocar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. A taxa básica de juros, em 13,75% ao ano, está no centro de críticas do presidente Lula (PT) ao comando da instituição.

“O presidente do Banco Central, como qualquer outra autoridade, tem de explicar suas decisões e, principalmente, as consequências para a vida do País, a geração de empregos e o setor produtivo”, afirmou Dirceu a CartaCapital.

O deputado declarou estar “evidente” que os resultados apresentados pelo BC “são muito ruins”.

“Não há como ele não ser questionado sobre as decisões tomadas. Isso não tem nada a ver com gostar ou não dele, da autonomia ou da independência do Banco Central. Tem a ver com as decisões e as consequências das decisões que ele tem tomado”, prosseguiu. “É evidente que a taxa de juros é absurda, exagerada, abusiva. É só fazer a comparação do juro real do Brasil com o de qualquer outro País.”

O requerimento partiu do deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) e foi protocolado nesta quinta na Câmara. A peça argumenta que a política monetária tem impacto direto nos investimentos, no crescimento do PIB e na geração de empregos. Por isso, diz Lindbergh, “é necessário que o presidente do Banco Central preste esclarecimentos a essa Casa sobre a política monetária adota, o diagnóstico considerado e os objetivos a serem perseguidos”.

Para que Campos Neto seja obrigado a se explicar no plenário, porém, o petista precisa do apoio da maioria da Câmara. O presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), também precisa ser convencido a colocar o requerimento em votação.


Apesar das críticas, o Banco Central sinaliza a disposição de manter os juros elevados. Na ata da mais recente reunião do Copom, em 1º de fevereiro, a instituição mencionou “a incerteza ao redor de seus cenários e um balanço de riscos com variância ainda maior do que a usual para a inflação prospectiva”. Avaliou, porém, que o pacote fiscal do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, “atenuaria os estímulos fiscais sobre a demanda, reduzindo o risco de alta sobre a inflação”.

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