Justiça

Líder da bancada evangélica no Senado entra na mira do STF por grilagem

O caso foi encaminhado à Corte pela Justiça paraense no final de junho e tramita em segredo de justiça desde o último dia 15, sob a relatoria da ministra Cármen Lúcia

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Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) promove audiência pública interativa com o objetivo de debater a relação entre o desempenho econômico do país e o resultado divulgado do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). À mesa, presidente eventual da CDR, senador Zequinha Marinho (Podemos-PA). Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
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Eleito para comandar a bancada evangélica no Senado até novembro, o senador Zequinha Marinho (Podemos) é alvo de investigação no Supremo Tribunal Federal que mira uma organização criminosa responsável pela grilagem de terras indígenas no Pará.

O caso foi encaminhado à Corte pela Justiça paraense no final de junho e tramita em segredo de justiça desde o último dia 15, sob a relatoria da ministra Cármen Lúcia. O parlamentar é acusado de cometer advocacia administrativa em favor dos grileiros.

A investigação teve início em agosto de 2022, quando o Ibama localizou em inspeção na Terra Indígena Ituna-Itatá cinco barracos, veículos e mais de 50 pessoas dentro do território. As pessoas estavam desmatando a área com objetivo de construir um loteamento ilegal.

De acordo com os investigadores da Polícia Federal, a invasão foi liderada por Jassônio Leite, considerado um dos maiores grileiros da Amazônia. O homem teria ligações com Zequinha e um dos seus assessores parlamentares, que utilizavam o mandato na Casa Alta para “interferir nos interesses econômicos que colidem com a demarcação” da TI.

Quando a apuração foi encaminhada ao Supremo, o senador disse ao Metrópoles que “nunca apoiou e jamais apoiará suspeitos de invadir terras públicas e destruir vegetação nativa”. Também afirmou que famílias de agricultores que se deslocaram de diversas partes do país para o local não podem se “vistas e tratadas como ‘invasores e grileiros’, tampouco como criminosos”.

Zequinha Marinho foi deputado federal por três mandatos antes de ascender à Casa Alta, em 2018. Nas últimas eleições, disputou o governo do Pará com apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) contra o emedebista Helder Barbalho.

Sua trajetória na política é marcada por casos rumorosos. O parlamentar despontou no noticiário político depois de ser apontado como um dos integrantes do “Escândalo dos sanguessugas”, esquema de desvio de dinheiro público destinado à compra de ambulâncias superfaturadas, em 2006.

Alguns anos depois, ficou conhecido como o ‘deputado da caixinha’ pela suposta cobrança de 5% sobre os ganhos de funcionários dos gabinetes parlamentares, cujos recursos seriam destinados ao Partido Social Cristão (PSC). Ele ainda responde a uma ação penal no Tribunal Regional Federal da 1ª Região pelo caso.

Zequinha também foi acusado de atuar para liberar mais de 226 mil metros cúbicos de madeira em tora apreendidos pela PF durante uma operação na divisa do Pará com o Amazonas. O lobby foi revelado pelo então ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, durante entrevista à rádio CBN, em abril de 2021.

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