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Lembrar não basta

Os poderes rememoram o 8 de Janeiro, mas ainda não foram capazes de apontar os gurus da tentativa de golpe

Imagem: Bruno Spada/Ag. Câmara
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Um ano após o quebra-quebra em Brasília e a tentativa de golpe bolsonarista, os chefes dos poderes reuniram-se em um ato público na capital. Foi uma ideia do presidente Lula, cuja insistência para um evento desse tipo ser realizado levou o comandante do Congresso, senador Rodrigo Pacheco, a adiar uma viagem de férias aos Estados Unidos, onde mora o irmão. “Fui devidamente intimado pelo presidente”, havia comentado Pacheco, com humor, em um café da manhã com jornalistas em 22 de dezembro. O Congresso, a “casa do povo”, foi o palco do ato, um prédio depredado em 5 milhões de reais há um ano. O estrago maior foi no Supremo Tribunal Federal, 12 milhões. Ao inaugurar agora uma exposição na Corte sobre aquele 8 de janeiro de 2023, seu presidente, Luís Roberto Barroso, declarou: “Estamos aqui para evitar que aconteça de novo”.

O tribunal é a único dos Três Poderes que, ao abrir-se a visitas guiadas para cidadãos comuns, conta a história da quebradeira, uma constatação da Agência Pública. O Supremo, diz um de seus ex-comandantes, Carlos Ayres Britto, é o guardião da Constituição, e aquela de 1988 é a guardiã da democracia no Brasil. Eis o motivo de o ódio daqueles que o invadiram ter sido maior. Democracia, recorde-se, é uma palavra de origem grega que significa “governo do povo”. O 8 de Janeiro, teoriza Britto, pretendia revogar o preâmbulo e o artigo 5° da Constituição, dispositivos que, juntos, determinam que os poderes devem proporcionar melhores condições de vida e direitos ao povo. “A liga dos discursos (do evento no Congresso) foi a democracia. A lição que fica, hoje, é que fora dela é a barbárie”, afirma o ex-juiz.

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