Política
Kalil deixa prefeitura para disputar o governo de MG e deve ter o apoio de Lula
No discurso de despedida, o prefeito direcionou as críticas, mesmo sem citá-los, ao presidente Jair Bolsonaro e ao governador Zema
O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), anunciou nesta sexta-feira 25 o seu afastamento do Executivo municipal para concorrer ao cargo de governador de Minas Gerais nas eleições de outubro. Na disputa contra Romeu Zema (Novo), o pessedista deve ter o apoio do ex-presidente Lula.
“Vamos levar essa forma humana de cuidar de gente para todo o estado. Sem pressa, sem promessa e sem mentiras vamos mostrar o que é eficiência”, afirmou Kalil em pronunciamento. “Vou andar pelo estado mostrando que não queremos filas de desempregados. Não queremos a empregada doméstica recebendo indecentes 300 reais”.
No discurso de despedida, o prefeito direcionou as críticas, mesmo sem citá-los, ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e ao governador Zema.
Nas últimas semanas, Kalil, após encontro com Lula, tem repetido que precisa do ex-presidente para a eleição estadual.
“O Lula não precisa do Kalil, mas pode ser que o Kalil precise de Lula”, disse em entrevista a CartaCapital. Na última quinta-feira 24, o petista retribuiu os afagos.
“A única certeza é que Kalil precisa de mim e eu preciso do Kalil. Se nós dois nos juntarmos teremos uma chapa muito forte em Minas”, declarou Lula em entrevista à uma rádio de Belo Horizonte.
“Estou trabalhando para que a gente encontre uma solução. Tenho tido várias reuniões com o PSD e com o Kassab. Não quero me adiantar, mas eu diria que a possibilidade de Kalil e Lula estarem juntos é muito grande, falta pouca coisa”, acrescentou o ex-presidente.
Um dos impasses para a concretização da aliança envolve o nome que disputará a vaga para o Senado. O PSD quer lançar o senador Alexandre Silveira para a reeleição. Já o PT aposta no nome do deputado federal Reginaldo Lopes.
Conforme CartaCapital apurou, o petista ganhou a queda de braço.
CartaCapital
Há 31 anos, a maior referência progressista em jornalismo no Brasil.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também
Com apoio de Lula, Kalil vence Zema em Minas Gerais, diz pesquisa Quaest
Por Getulio Xavier
Pesquisa interna mostra crescimento de Kalil quando apoiado por Lula em MG
Por Ana Flávia Gussen