Justiça

Justiça retotaliza votos e 4 deputados federais perdem mandato; veja as mudanças

A medida ocorre após a regra das chamadas sobras eleitorais ser invalidada pelo Supremo Tribunal Federal

Justiça retotaliza votos e 4 deputados federais perdem mandato; veja as mudanças
Justiça retotaliza votos e 4 deputados federais perdem mandato; veja as mudanças
Deputados federais do Amapá que perderão o mandato: Sonize Barbosa (PL), Maria Goreth (PDT), José Augusto Pupio (MDB) e Silvia Waiãpi (PL) - Reprodução/Câmara dos Deputados
Apoie Siga-nos no

Por ordem do Tribunal Superior Eleitoral, o Tribunal Regional Eleitoral do Amapá realizou, nesta segunda-feira 9, a retotalização dos votos para os cargos proporcionais das eleições de 2022. A medida ocorre após a regra das chamadas sobras eleitorais ser invalidada pelos ministros do Supremo Tribunal Federal – em março, a Corte entendeu que a decisão possui caráter retroativo, valendo para o último pleito geral.

Com a recontagem dos votos, quatro dos oito deputados federais do estado perderão seus mandatos. São eles:

  • Sonize Barbosa (PL);
  • Maria Goreth (PDT);
  • José Augusto Pupio (MDB);
  • e Silvia Waiãpi (PL).

As cadeiras serão assumidas por André Abdon (PP), Aline Gurgel (Republicanos), Professora Marcivânia (PCdoB) e Paulo Lemos (PSOL). O resultado da retotalização será submetido à aprovação na sessão do TRE-AP desta terça-feira 10, quando também deve ocorrer a diplomação dos novos eleitos.

Em maio, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), pediu ao Supremo que deixasse para aplicar o novo entendimento nas eleições de 2026. Segundo ele, retirar os mandatos “viola a estabilidade do ordenamento jurídico e abre precedente perigoso de instabilidade institucional”.

Outros três deputados seguem na berlinda: Gilvan Máximo (Republicanos-DF), Lebrão (União-RO) e Lázaro Botelho (PP-TO). No último dia 3, a presidente do TSE, Cármen Lúcia, deu cinco dias para que os tribunais regionais fizessem a recontagem dos votos com base no entendimento do STF sobre as sobras eleitorais.

As sobras são as vagas restantes da divisão dos votos pela regra do quociente eleitoral – a definir os eleitos com base no cálculo entre os votos válidos e a quantidade de cadeiras a que os estados têm direito.

Nas eleições para as Assembleias e as Câmaras (deputados federais, estaduais, distritais e vereadores), a distribuição das vagas ocorre a partir do cálculo dos quocientes eleitoral e partidário – essa modalidade é conhecida como proporcional.

Já na disputa por Presidência da República, Senado e chefia do Executivo local (governadores e prefeitos), vence quem tiver mais votos.

Na disputa proporcional, os votos válidos são divididos pela quantidade de vagas a serem preenchidas, por meio do chamado quociente eleitoral. Na sequência, ocorre outro cálculo, o do quociente partidário, a partir da divisão do quociente eleitoral pelo número de votos válidos dados a cada partido. Esse resultado levará ao número de vagas que o partido terá direito de preencher.

As vagas em disputa nas eleições proporcionais obedecem a esses dois critérios. Elas são preenchidas pelos candidatos de cada partido que receberam votos em número igual ou superior a 10% do quociente eleitoral. As cadeiras restantes, não preenchidas a partir desse critério inicial, são distribuídas nas chamadas “sobras”.

Quando acionaram o STF, quatro partidos políticos alegaram que o mecanismo feria o pluralismo e a igualdade de chances, pedindo que todas as legendas pudessem participar dessa fase de distribuição de vagas, como era antes, e não aqueles que atingiram ao menos 80% do quociente eleitoral.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo