Política
João Doria e Partido Novo entram em colisão com Bolsonaro após polêmicas
Aliados do governo criticaram a declaração do presidente ironizando o sumiço do pai do presidente da OAB durante a ditadura
O ataque do presidente Jair Bolsonaro ao presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, não repercutiu negativamente apenas entre lideranças e eleitores de esquerda. A declaração polêmica ironizando o desaparecimento de Augusto Santa Cruz de Oliveira, em 1974, durante a ditadura militar ganhou a antipatia de seguidores do governo. E alguns bem importantes para Jair.
É o caso do governador do Estado de São Paulo, João Doria (PSDB), que criticou a postura do presidente e a considerou inaceitável. “Não posso silenciar diante desse fato. Eu sou filho de um deputado federal cassado pelo golpe de 1964 e vivi o exílio com meu pai, que perdeu quase tudo na vida em 10 anos de exílio pela ditadura militar”, declarou o tucano.
Ele fez mais. Esquecendo-se de já ter vestido – literalmente – a camisa da chapa informal Bolsodoria durante o período eleitoral ou de ter feito ginásticas animadas ao lado do presidente, Doria nega qualquer alinhamento com o governo do ex-capitão.
É Brasil! #BolsoDoria pic.twitter.com/6UKyox4uaz
— João Doria (@jdoriajr) October 21, 2018
O Partido Novo, que disputou a presidência com a candidatura de João Amoêdo e declarou apoio a Bolsonaro, também se posicionou criticamente às últimas declarações. Em texto publicado no Twitter, e compartilhado pelo próprio Amoêdo, o partido afirma que o presidente “perde o país” ao não ter senso de prioridade e respeito á população.
O NOVO espera que um político tenha senso de prioridade, respeito à população e inspire pelo exemplo. As declarações do presidente Bolsonaro vão na direção oposta. Perde o país.
— NOVO 30 (@partidonovo30) July 30, 2019
A deputada estadual Janaína Paschoal (PSL) também classificou como “absolutamente desnecessária” a declaração do presidente. A peesselista disse continuar na torcida pelo governo, “mas o presidente precisa ajudar. Essa sucessão de confusões acaba prejudicando demais”, declarou em entrevista ao BR18. “Esse tema suscita muitas memórias, abre feridas. Melhor seria que ele deixasse de se manifestar a esse respeito e tomasse mais cuidado com as falas em geral. Essas falas findam nublando as boas ações do governo”, acrescentou.
Poucas foram as manifestações nas redes sociais que apoiaram o presidente, dessa vez. O líder do Governo na Câmara e Deputado Federal (PSL/GO), Major Vitor Hugo, foi um dos apoiadores convictos.
Chamar o responsável p maior operação d combate à corrupção do Brasil d “chefe de quadrilha” pode; agora, falar sobre os justiçamentos contra seus próprios membros, feitos p comunistas durante o regime militar, é um absurdo. Hipócritas, deixem o Capitão trabalhar. 👍🏼👍🏼🇧🇷🇧🇷
— Vitor Hugo (@MajorVitorHugo) July 29, 2019
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