Política

Interventor nomeado por Lula acusa Anderson Torres de sabotagem: ‘Houve uma operação estruturada’

Segundo Ricardo Cappelli, secretário-executivo da Justiça, faltou comando da Secretaria de Segurança do DF

Reprodução Redes Sociais
Apoie Siga-nos no

O interventor federal Ricardo Cappelli acusou o ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal (DF), Anderson Torres, de ter promovido ato de sabotagem à segurança de Brasília, no curso das ações terroristas promovidas por apoiadores de Jair Bolsonaro (PL), no último domingo 8, na Praça dos Três Poderes.

“No dia 1º, tivemos uma posse com milhares de pessoas e uma operação de segurança extremamente exitosa”, observou, em entrevista dada à CNN Brasil na manhã desta terça 10. “O que mudou para o último domingo, dia 8, foi que, no dia 2, Anderson Torres assumiu a Secretaria de Segurança, exonerou todo o comando e viajou. Se isso não é sabotagem, eu não sei o que é.” 

Cappelli, que ficará responsável pela gestão da segurança do DF durante a vigência da intervenção federal determinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), analisou a sequência de eventos que levaram aos atos democráticos, salientando que “o problema não estava nos oficiais da Polícia Militar e na corporação”.

O interventor pontuou, categoricamente: “Houve uma operação estruturada de sabotagem, comandada pelo ex-ministro bolsonarista Anderson Torres.”

Questionado sobre se já existem provas da falta da falta de ação da Polícia Militar do DF, uma vez que já há, inclusive, pedido de prisão contra Anderson Torres, Cappelli afirmou que tudo será apurado. 

“A gente vai começar a apurar as responsabilidades. Há farto material para identificar não só as condutas dos manifestantes, mas, também, as condutas daqueles que, como agentes da lei, não cumpriram o seus papéis.”

Enquanto vândalos terroristas depredavam os prédios do Supremo Tribunal Federal (STF), do Palácio do Planalto e do Congresso Nacional, na tarde de domingo 8, o então secretário Anderson Torres estava nos Estados Unidos, em Orlando. Segundo interlocutores de Torres, ele havia embarcado na noite de sexta-feira.

Além dos acontecimentos do último domingo, Cappelli comentou, também, sobre os desafios experimentados nas primeiras ações como chefe das forças de segurança da Capital Federal. 

“No primeiro momento, a gente tinha alguns desafios […] primeiro, retomar o comando, esvaziar a Esplanada dos Ministérios, garantir a segurança dos prédios públicos. No segundo momento, nós desmontamos o acampamento, que funcionava como um QG de operações contra o Estado Democrático de Direito. No terceiro momento, nós identificamos e estamos prendendo em flagrante todos os que já foram identificados”, analisou o interventor.

Ontem, Anderson Torres se pronunciou através da sua conta no Twitter. Ao frisar que, no domingo, tinha vivido o dia mais amargo da sua vida, destacou que lamentava profundamente que estivessem sendo levantadas, segundo ele, “hipóteses absurdas” de qualquer tipo de conivência sua com o vandalismo de domingo. 

“Estou certo de que esse execrável episódio será totalmente esclarecido”, afirmou.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo