Política

Inquérito que apura corrupção de ex-secretário de Bolsonaro completa 2 anos parado

De acordo com o site UOL, a PF não tomou depoimentos nem realizou perícias ou fez análises fiscais sobre o caso contra Fábio Wajngarten

O ex-chefe da Secom, Fábio Wajngarten. Foto: Carolina Antunes/PR
Apoie Siga-nos no

Um inquérito que apura se Fábio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação do presidente Jair Bolsonaro (PL), cometeu os crimes de corrupção passiva, desvio de dinheiro e advocacia administrativa enquanto esteve lotado no governo completa 2 anos sem avanços na Polícia Federal. As informações são do site UOL.

O caso teria acontecido ainda em 2019, quando Wajngarten comandava a Secom. O órgão distribui verbas de publicidade e teria repassado valores a emissoras de TV com contratos comerciais com a empresa FW Comunicação, mantida por Wajngarten no mesmo período.

Uma investigação foi aberta no final de janeiro de 2020, mas, de acordo com o site UOL, a PF não tomou depoimentos nem realizou perícias ou fez análises fiscais ou financeiras sobre o caso. Apenas um esclarecimento por e-mail foi feito por Wajngarten, mas até o momento, nenhum relatório da apuração foi entregue ao juiz ou ao procurador do caso.

Questionada, a PF apenas alegou que a apuração está sob sigilo, logo, ‘não haveria informações ou mais detalhes disponíveis’ neste momento.

O bolsonarista Wajngarten deixou o cargo no governo em março de 2021. A Secom, comandada por ele, foi incorporada ao Ministério das Comunicações, recriado por Bolsonaro para abrigar Fábio Faria, genro de Silvio Santos e membro do Centrão.

Os critérios usados pelo ex-secretário de Bolsonaro para distribuição de verbas de publicidade reforçam as suspeitas. Enquanto esteve no comando da pasta, teria beneficiado as emissoras com contratos com a sua empresa, como TV Record, Band e SBT. As empresas, no entanto, negam qualquer participação no suposto esquema. A FW também mantém contrato com a Igreja Universal, comandada por Edir Macedo.

Além dos contratos, estão sob suspeitas as movimentações de Wajngarten. De acordo com a reportagem, o ex-secretário de Bolsonaro manteria 850 mil reais em espécie. O delegado Leo Garrido, da PF, pediu esclarecimentos. A defesa do bolsonarista alegou que os valores seriam lícitos e declarados.

Sobre a investigação parada na PF, o ex-secretário negou ao site qualquer conflito de interesses e alegou que as funções exercidas por ele na FW e no governo Bolsonaro seriam diferentes e sem ligações.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.

Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo