Política

Imagens mostram agentes do GSI como ‘garçons dos terroristas’, diz Padilha

Ministro das Relações Institucionais afirmou que é necessário identificar ‘responsabilidade de colaboração’ por parte dos agentes

O ministro de Relações Institucionais da Presidência da República, Alexandre Padilha. Foto Valter Campanato/Agência Brasil
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O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, acusou agentes militares de terem atuado como “garçons dos terroristas” no dia 8 de janeiro, segundo gravações do circuito interno do Palácio do Planalto. A declaração ocorreu nesta segunda-feira 24, após uma reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Na ocasião, Padilha havia sido questionado sobre quais serão os rumos do Gabinete de Segurança Institucional depois que imagens dos ataques mostraram a ação de funcionários da pasta em contato com invasores.

O ministro ressaltou a necessidade de que as investigações do Judiciário identifiquem, nas imagens, a postura de colaboração dos militares com os criminosos.

“Essas imagens mostram a importância da apuração pela Polícia Federal, pelo Judiciário, para identificar, naqueles vários agentes, responsabilidade de colaboração ou não de colaboração com os atos golpistas”, afirmou. “Nas imagens, nós vemos agentes militares que trabalharam como verdadeiros garçons dos terroristas. Eram hostess dos terroristas dentro do Palácio do Planalto.”

O ministro destacou o acolhimento de mais de 100 pessoas como réus pelo Judiciário, o indiciamento de mais de 1,3 mil pessoas e o bloqueio de 20 milhões de reais em bens de envolvidos com o financiamento dos atos golpistas.

Ele minimizou ainda a possibilidade de que a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito sobre o tema prejudique as pautas econômicas do governo federal. Ele mencionou como prioridades a votação do novo regime fiscal, a reforma tributária e a recriação de programas sociais.

“Tenho certeza de que a atenção da sociedade, do governo e do Congresso Nacional é na pauta econômica do país”, declarou.

Gonçalves Dias, que chefiava a pasta na época, pediu demissão do cargo depois da revelação das novas imagens pela emissora CNN Brasil, na semana passada. O GSI está sendo comandado de forma interina pelo secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli.

No fim de semana, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, derrubou o sigilo das gravações.

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