CartaExpressa
“Homofobia internalizada”: Jean Wyllys critica Eduardo Leite por manter escolas cívico-militares
O ex-deputado federal e o governador do Rio Grande do Sul subiram o tom nas redes sociais após acusações de Jean Wyllys
O ex-deputado federal Jean Wyllys (PT) usou as redes sociais na sexta-feira 14 para criticar a decisão do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), de manter as escolas cívico-militares no estado”.
“Que governadores héteros de direita e extrema-direita fizessem isso já era esperado. Mas um gay?”, questionou Wyllys. “Se bem que gays com homogobia internalizada em geral desenvolvem libido e fetiches em relação ao autoritarismo e aos uniformes”, disparou na sequência.
Que governadores heteros de direita e extrema-direita fizessem isso já era esperado. Mas de um gay…? Se bem que gays com homofobia internalizada em geral desenvolvem libido e fetiches em relação ao autoritarismo e aos uniformes; se for branco e rico então… Tá feio, bee! pic.twitter.com/vZcOghIv2p
— Jean Wyllys (@jeanwyllys_real) July 14, 2023
Leite prontamente rebateu o comentário, que classificou como “deprimente” e “cheio de preconceito”. “Em nada contribui para construir uma sociedade com mais respeito e tolerância”, afirmou.
Manifestação deprimente e cheia de preconceitos em incontáveis direções… e que em nada contribui para construir uma sociedade com mais respeito e tolerância. @jeanwyllys_real, eu lamento a sua ignorância. pic.twitter.com/AuBpKRst8N
— Eduardo Leite (@EduardoLeite_) July 14, 2023
Na discussão virtual, Wyllys acusou o governador de “pinkwashing”, termo referente à apropriação de símbolos e temas da comunidade LGBT+ com ganho, neste caso político.
Deprimente é tentativa de “Pinkwashing”. 😉
— Jean Wyllys (@jeanwyllys_real) July 15, 2023
Em 2021, Eduardo Leite assumiu publicamente sua sexualidade durante entrevista no programa Conversa com o Bial, da rede Globo. À época, o governador planejava lançar-se como candidato do PSDB para a disputa presidencial, marcada pela polarização – o movimento foi classificado por alguns setores da esquerda como oportunismo para projetar-se como uma figura progressista no cenário político.
Na sexta-feira, o presidente Lula afirmou que não cabe ao Ministério da Educação a tarefa de implementar e gerenciar escolas cívico-militares. O governo decidiu encerrar o programa nacional que geria esse segmento na educação.
Apensar do anúncio, nem todas as escolas cívico-militares são geridas pelo governo federal. Como mostrou CartaCapital, a maior parte das instituições estão a cargo das gestões estaduais e municipais.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.
Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.