Política

“Há lealdades maiores do que as pessoais”, escreve Moro em suas redes sociais

No sábado, antes do início do depoimento do ex-ministro à PF, o presidente Bolsonaro o chamou de ‘judas’ em suas redes

Foto: Lula Marques/Fotos Públicas
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O ex-ministro Sérgio Moro publicou em suas redes sociais neste domingo 3. “Há lealdades maiores do que as pessoais”.

A publicação cria uma expectativa acerca de seu depoimento realizado no sábado 2 à sede da Polícia Federal, em Curitiba. O depoimento de Moro durou cerca de 8 horas e, segundo a imprensa, foram apresentados áudios e trocas de mensagens para sustentar as acusações de que o presidente Jair Bolsonaro teria tentado intervir politicamente na Polícia Federal e em suas investigações.

No sábado, antes do início do depoimento de Moro à PF, o presidente Jair Bolsonaro o chamou de “judas” em suas redes sociais, questionando se Moro teria agido para que não investigassem o episódio de sua facada, sofrida em meio à sua campanha presidencial. “Nada farei que não esteja de acordo com a Constituição. Mas também NÃO ADMITIREI que façam contra MIM e ao nosso Brasil passando por cima da mesma”, completou.

A oitiva de Moro teve início às 14h e acabou por perto das 22h. O depoimento foi marcado após o ministro Celso de Mello dar cinco dias de prazo para a corporação ouvi-lo.

No dia 30, em entrevista concedida à revista Veja, Moro voltou a afirmar que apresentaria provas contra Bolsonaro no STF e que não iria admitir ser chamado de mentiroso. “Embora eu tenha um grande respeito pelo presidente, não posso admitir que ele me chame de mentiroso publicamente. Ele sabe quem está falando a verdade. Não só ele. Existem ministros dentro do governo que conhecem toda a situação e sabem quem está falando a verdade”, disse.

Ele ainda emendou que sua intenção nunca tinha sido a de prejudicar o governo. “Nunca foi minha intenção ser algoz do presidente ou prejudicar o governo. Na verdade, lamentei extremamente o fato de ter de adotar essa posição. O que eu fiz e entendi que era minha obrigação foi sair do governo e explicar por que estava saindo. Essa é a verdade”, declarou ao veículo.

Nos últimos dias, Bolsonaro tentou nomear Alexandre Ramagem, amigo de sua família, para a direção-geral da PF, no lugar de Maurício Valeixo. A posse, porém, foi barrada por decisão do ministro do Supremo Alexandre de Moraes, que citou as acusações feitas por Moro ao sair do governo. Há diversas investigações da PF de interesse de aliados e dos filhos do presidente.

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