Política

Há 10 dias, MPF alertou governo federal para risco de incêndio na Cinemateca

Representantes da União foram alertados por procuradores em audiência que governo responde por abandono da Cinemateca

Foto: Reprodução/RecordNews
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Em 20 de julho, dez dias atrás, o governo federal foi alertado por procuradores do Ministério Público Federal (MPF) sobre o alto risco de incêndio na Cinemateca. O alerta ocorreu em audiência com representantes da União que respondem ao processo por abandono do espaço. A informação é do G1.

O alerta é mais uma comprovação de que o governo sabia da situação e do risco, mas não agiu a tempo de impedir o incêndio que de fato ocorreu nesta quinta-feira 29 em um galpão da Vila Leopoldina, em São Paulo.

“Pelo MPF, houve comentários sobre a visita realizada e sobre o fato de terem sido bem recebidos. Destacou, entretanto, o fato de risco de incêndio, principalmente em relação aos filmes de nitrato”, alerta o termo da audiência que tratava não apenas do galpão que pegou fogo nesta quinta, mas também de outro espaço mantido pela Cinemateca na Vila Mariana.

Após a audiência que apurava o abandono do espaço, o governo federal recebeu o prazo de mais 60 dias para dar continuidade às ações para resolver os problemas.

Em 2020, funcionários do espaço foram demitidos após a União assumir o controle do espaço. Pouco antes, CartaCapital relatou em reportagem a situação de funcionários que se encontravam em greve por falta de pagamento. No período, a brigada de incêndio também havia sido desativada por falta de pagamento; o gerador quebrado se encontrava sem manutenção.

‘Tragédia anunciada’ era a expressão usada pelos trabalhadores para descrever a situação da Cinemateca na ocasião.

No local, ficavam armazenados mais de 1 milhão de documentos da antiga Embrafilme. Parte do acervo tinha mais de 100 anos e seria usada na montagem de um museu sobre o cinema brasileiro. Ainda não há informações oficiais sobre o tamanho do estrago causado pelo fogo, nem sobre o que conseguiu ser preservado.

Em nota, a Secretaria Especial da Cultura, comandada por Mario Frias, afirmou que “todo o sistema de climatização do espaço passou por manutenção há cerca de um mês como parte do esforço do governo federal para manter o acervo da instituição”. A nota informa ainda que já acionou a Polícia Federal para “investigação das causas do incêndio”.

Enquanto parte importante do acervo cultural brasileiro queimava, a alta cúpula que comanda a pasta da Cultura estava em Roma, na Itália.

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