Política

GSI diz à CPMI que não armazenou imagens de encontro de Bolsonaro com hacker

Em ofício, o órgão diz que não ficou com as imagens do circuito interno por conta do limite de memória; também não estão armazenados registros das supostas visitas de Delgatti ao Ministério da Defesa

O hacker da Vaza Jato, Walter Delgatti Neto. Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
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O Gabinete de Segurança Institucional informou à CPMI dos 8 de Janeiro que não tem as imagens dos prédios do Palácio do Alvorada e do Ministério da Defesa durante os dias das supostas reuniões do hacker Walter Delgatti Neto com o então presidente Jair Bolsonaro (PL) e com integrantes do Ministério da Defesa.

O documento foi assinado pelo atual ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, no dia 1 de setembro, e a informação é do diretor do departamento de Engenharia da pasta, Odilon Mazzini Jr. 

Ele explica que “o tempo de retenção das imagens geradas por meio do Sistema de Circuito Fechado de Televisão (CFTV) é de 30 dias”, sendo assim, o registro neste caso, não ficou salvo nos aparelhos do GSI, por conta da limitação de armazenamento.

O órgão ainda destaca que “a capacidade de armazenamento tem sofrido redução (…) exigindo que o sistema seja reiniciado a cada 15 ou 20 dias”. 

A reunião do hacker com Bolsonaro aconteceu na manhã de 10 de agosto de 2022, antes das eleições, como foi revelado por Delgatti e admitida pelo ex-presidente, posteriormente.

Delgatti afirmou que nesse encontro Bolsonaro o questionou se, munido do código-fonte, poderia invadir as urnas e ele disse que não podia. O ex-presidente, apesar de admitir o encontro, nega que tenha perguntado sobre as urnas.

Em depoimentos, o hacker também disse ter ido cinco vezes no Ministério da Defesa a pedido do ex-capitão. Ele alega que seus conhecimentos deram base ao documento de militares com questionamentos sobre as urnas. Delgatti contou, ainda, ter entrado usando uma máscara e pela porta dos fundos do Ministério durante suas visitas.

Acesse a íntegra do documento:

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