Política
Governo vai comprar as vacinas certificadas pela Anvisa, diz Bolsonaro
Presidente disse que governo vai disponibilizar os imunizantes, mas vacinação não será obrigatória
O presidente Jair Bolsonaro afirmou que o governo federal vai comprar vacinas que forem aprovadas pelo Ministério da Saúde e certificadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas acrescentou que a população não será obrigada a se submeter aos imunizantes contra a Covid-19. A declaração ocorreu nesta segunda-feira 9, durante transmissão ao vivo na internet.
Na ocasião do comentário, Bolsonaro fazia propagandas eleitorais para candidatos a prefeito e vereador em capitais e cidades do interior. O presidente estava ao lado da candidata a prefeita de Recife pelo partido Podemos, Delegada Patrícia, e havia perguntado se ela defende a obrigatoriedade da vacinação, o que a candidata negou.
“Passando pela Saúde e sendo certificadas pela Anvisa, o governo federal vai comprar as vacinas e vai disponibilizar”, disse Bolsonaro. “Mas não vai ser obrigatória de jeito nenhum.”
Bolsonaro faz o comentário no mesmo dia em que o governador João Doria (PSDB) anunciou a chegada de 120 mil doses da vacina chinesa desenvolvida pelo laboratório Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, em 20 de novembro. O presidente havia se manifestado de forma contrária à compra da vacina chinesa e, em outubro, chegou a desautorizar o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, a efetuar a compra das doses. Em seguida, o próprio vice-presidente da República, Hamilton Mourão, disse que é “lógico” que o governo vai comprar a vacina.
Também está em vista a vacina inglesa desenvolvida pela Universidade de Oxford, em parceria com a farmacêutica AstraZeneca. Segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), serão entregues à Anvisa neste mês os documentos para a avaliação das etapas de produção. Dessa maneira, a instituição prevê começar a produção da vacina em janeiro e antecipar ao menos 30 milhões de doses até o fim de fevereiro.
A vacina russa Sputnik V também pode ser registrada pela Anvisa. Em 30 de outubro, o Fundo de Investimento Direto da Rússia (RDIF) anunciou que encaminhou um pedido de registro para a Anvisa, junto com a farmacêutica brasileira União Química e o governo do Estado do Paraná. A Rússia espera produzir a vacina em larga escala no Brasil já no mês de dezembro.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também
Orlando Silva e Joice Hasselmann vão à Justiça contra ‘horário eleitoral’ de Bolsonaro em lives
Por Estadão ConteúdoMoro cita Doria, Huck e Mourão como alternativas a Lula e Bolsonaro
Por CartaCapital



