Política

Governo Tarcísio vira alvo de denúncia na ONU por violência em operação policial na Baixada Santista

Queixa menciona relatos de tortura e prisões ilegais durante a Operação Escudo, no litoral paulista

Governo Tarcísio vira alvo de denúncia na ONU por violência em operação policial na Baixada Santista
Governo Tarcísio vira alvo de denúncia na ONU por violência em operação policial na Baixada Santista
Divulgação/Governo do Estado de SP
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A Comissão de Defesa dos Direitos Humanos Dom Paulo Evaristo Arns e a Conectas denunciaram, nesta sexta-feira 8, perante o Conselho de Direitos Humanos da ONU o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), pelas operações policiais realizadas na Baixada Santista.

As entidades chamam atenção para a escalada da letalidade policial no estado, que inclui relatos de tortura e de outras formas de violência praticadas por agentes de segurança pública. O teor da denúncia foi revelado, inicialmente, pela colunista Mônica Bergamo, e confirmada por CartaCapital, que teve acesso ao pedido.

“Há denúncias de execuções sumárias, tortura, prisões forjadas, e outras violações de direitos humanos, bem como a ausência deliberada de uso das câmeras corporais na Operação”, diz a queixa apresentada pelas entidades.

Segundo a denúncia, as operações policiais violaram direitos básicos e impactaram, de forma desproporcional, a vida de negros e pobres moradores das regiões afetadas.

Um relatório divulgado pela Defensoria Pública de São Paulo revelou que homens negros são a maioria das pessoas presas pelas polícias na primeira fase da Operação Escudo.

Na queixa, as instituições pedem que todos os responsáveis pelos abusos durante as operações sejam investigados e punidos, incluindo os comandantes.

O documento ainda pede que seja garantido o uso de câmeras corporais pelos agentes de segurança envolvidos nas operações no estado.

“Registros oficiais do Estado indicam que as mortes em decorrência de intervenção policial subiram 94% no primeiro bimestre de 2024”, diz o documento.

Dados apontam que, quando utilizadas as câmeras de segurança, os índices de letalidade das operações policiais cai.

Entre 2020 e 2022, com a implementação de câmeras corporais nos uniformes de policiais militares, as mortes de policiais em serviço reduziram 53,7% e os índices de letalidade policial, 63,7%.

Apesar dos dados, o governador Tarcísio continua a questionar a eficácia e propõe a descontinuidade da política pública.

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