Política

Mesmo com alta em letalidade, Tarcísio diz que não pretende comprar câmeras para PM

Durante a campanha eleitoral, Tarcísio chegou a dizer que, se fosse eleito, retiraria o equipamento das fardas dos PMs

Recentemente, uma ação da PM de São Paulo matou ao menos 28 pessoas. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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Mesmo com a alta de 71% no número de pessoas mortas por policiais militares e civis de São Paulo, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou que não tem planos para comprar novas câmeras corporais para uso da Polícia Militar.

“A partir do momento que tiver uma folga no orçamento a gente pode voltar a fazer esse investimento e ampliar. No momento existem outras prioridades para aplicação do recurso”, disse durante a inauguração do primeiro Ambulatório Médico de Especialidade (AME).

Durante a campanha eleitoral, Tarcísio chegou a dizer que, se fosse eleito, retiraria o equipamento das fardas dos PMs. Ele afirmou ainda que essas câmeras prejudicam o trabalho de policiais.

As câmeras foram implementadas em abril de 2019, com o objetivo de diminuir a violência e a letalidade policial.

Números alarmantes

Segundo o boletim da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, 153 mortes foram registradas entre julho e setembro deste ano contra 89 em 2022. O aumento refere-se às ações dos agentes em serviço e de folga.

Os dados sobre o aumento nas mortes consideram números do terceiro trimestre da gestão Tarcísio, em comparação ao mesmo período do ano passado.

As execuções dos PMs de folga passaram de 26 para 33, enquanto o volume de vítimas fatais da atuação dos agentes em serviço saiu de 57 para 106 – um salto de 85,6% quando se considera apenas esse último grupo de agentes.

Entre os policiais civis, foram 6 mortes em 2022 e 14 mortes neste ano.

Operações na Baixada Santista

O marco da ação da PM paulista neste terceiro trimestre foi a operação Escudo, na Baixada Santista, que matou ao menos 28 pessoas.

A ação de quarenta dias mirou no tráfico local e, sobretudo, na prisão de suspeitos pela morte do soldado da Rota Patrick Bastos Reis.

No mesmo período, diante as denúncias de violação de direitos, a corporação de São Paulo foi questionada pelo não uso das câmeras corporais.

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