Política

Gleisi afirma que Bolsonaro deve responder na Justiça por falas que incitem violência

Aliança partidária que apoia Lula vai pedir campanha do TSE por eleições pacíficas

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, presta as últimas homenagens ao tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu (PR), Marcelo Arruda, no velório em 10 de julho de 2022 CHRISTIAN RIZZI/AFP
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A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou nesta segunda-feira que Jair Bolsonaro e seu partido, o PL, devem responder à Justiça toda vez que o presidente fizer falas que incitem à violência e sirvam “como gatilho” para atos de violência política contra opositores. A medida é uma reação ao assassinato do tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu (PR), Marcelo Arruda, cometido pelo bolsonarista Jorge Guaranho no último sábado.

— Vamos pedir que o TSE tome providências, porque toda vez que tiver uma frase gatilho do Bolsonaro para ativar um ato de violência ele ou o PL tem que responder por isso. Ele não pode ficar sem resposta. Estamos estudando para saber como formular. Ele não pode ficar dando suas mensagens naquelas lives irresponsáveis que ele faz e atiçar pessoas a cometer atos de violência — afirmou Gleisi.

A presidente do PT disse, também, que os partidos da aliança que apoia o ex-presidente Lula devem fazer uma manifestação conjunta pedindo uma campanha pacífica e solicitando ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que realize uma campanha sobre o tema. A manifestação, de acordo com Hoffmann, será aberta a outros partidos e a outros presidenciáveis que não Bolsonaro.

— Vamos fazer uma manifestação conjunta dos partidos, não apenas os do nosso movimento, junto ao TSE. Estamos pedindo para ir amanhã (terça-feira) ao TSE falar sobre isso e levar para apresentar ao tribunal um memorial da violência política, em que nós apresentamos todos os casos de violência política que aconteceram no Brasil recentemente — disse Gleisi.

— O TSE tem que fazer uma campanha alertando sobre a violência política. (…) Nós não vivíamos isso (violência) no processo eleitoral brasileiro, isso é recente, tem nome e tem endereço. É um movimento que foi deflagrado por Jair Bolsonaro. É um movimento do ódio, da eliminação. Bolsonaro, por seus atos, atitudes, suas ações, invoca as pessoas que o apoiam e que não têm firmeza das ideias a praticar atos como esse — disse Gleisi, em alusão ao assassinato de Arruda.

A petista também afirmou que não deve haver mudanças no esquema de segurança do ex-presidente Lula. Para ela, “a segurança maior que nós temos é colocar o povo na rua”. Gleisi, que esteve no velório de Marcelo Arruda em Foz do Iguaçu, ofereceu apoio jurídico do PT à família da vítima.

A sigla vai pedir também, à Procuradoria-Geral da República, a federalização das investigações sobre o crime cometido em Foz do Iguaçu. Gleisi negou, porém, que haja desconfiança em relação à Polícia Civil do Paraná. O argumento do PT é de que o crime tem clara motivação política e, por isso, deve ser investigado pela Polícia Federal.

— Nós hoje encaminhamos junto com a coordenação de campanha que vamos fazer um pedido para federalizar a investigação, achamos que isso é importante. Não é um crime de briga de vizinhos, como disse o presidente (Jair Bolsonaro), isso implica numa questão política e não é um fato isolado. Nós temos sido vítimas da violência política aqui no Brasil desde 2018. Não é (ressalva) em relação à polícia do Paraná, é em relação à gravidade do crime, tem que ser investigado não como uma briga entre vizinhos — ressaltou Gleisi.

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