Política
General citado no caso Marielle é o novo chefe do Estado-Maior do Exército
Richard Nunes substituirá Fernando José Sant’ana Soares e Silva no posto
O presidente Lula (PT) nomeou o general Richard Fernandez Nunes para a chefia do Estado-Maior do Exército na quinta-feira 28. O militar foi citado no relatório da Polícia Federal que embasou uma operação para prender três suspeitos de encomendarem a morte da vereadora Marielle Franco, em 2018.
Nunes substituirá Fernando José Sant’ana Soares e Silva no posto. O Estado-Maior do Exército é a organização responsável por “estudar, planejar, orientar, coordenar, controlar e avaliar as atividades relativas à atuação do Comando do Exército”, de acordo com as diretrizes da Força.
A nomeação faz parte de uma mudança que ocorre todos os anos nas Forças Armadas. Nesse processo, militares do Exército, da Marinha e da Força Aérea são promovidos ou assumem cargos de chefia.
A menção a Nunes no relatório da PF diz respeito à nomeação do delegado Rivaldo Barbosa para a Divisão de Homicídios da Polícia Civil do Rio de Janeiro, um dia antes do assassinato de Marielle. A indicação para o posto aconteceu mesmo a contragosto do setor de inteligência da corporação.
No último domingo, Rivaldo foi preso como um dos mandantes do crime, junto ao deputado federal Chiquinho Brazão e ao conselheiro do Tribunal de Contas do Estado Domingos Brazão. As investigações apontaram que o delegado teria ajudado a articular a execução de Marielle e garantido blindagem aos criminosos.
Procurado, o Exército informou que a definição do chefe do Estado-Maior é prerrogativa do comandante da Força e o escolhido é aquele considerado mais preparado para as funções.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.
Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.