Política

Flávio Bolsonaro sai em defesa de André Valadão: ‘A perseguição chegou na igreja’

Senador utilizou uma notícia falsa para justificar a ‘perseguição’ sofrida pelo pastor após declarações homofóbicas

O senador Flávio Bolsonaro. Foto: Evaristo Sá/AFP
Apoie Siga-nos no

O senador Flávio Bolsonaro utilizou as redes sociais, nesta terça-feira 4, para sair em defesa do pastor André Valadão após a repercussão de declarações homofóbicas em um culto exibido no domingo.

“Aos que estavam duvidando, a perseguição chegou dentro das igrejas, é o início do fim do resto que ainda tínhamos de liberdade religiosa”, disse Flávio comentando uma notícia que alegava ser mentira que Valadão incitou fiéis a matar LGBTs.

Como apurado por CartaCapital, a declaração homofóbica do pastor dizia claramente que “Deus matava [sic] tudo [os LGBTs] se pudesse”, mas que agora seria com os fiéis concluir a missão. O trecho estava presente em uma live publicada no canal de sua igreja, a Lagoinha Church, no YouTube. Graças a uma ferramenta da plataforma, contudo, o vídeo foi editado posteriormente e o trecho apagado – veja a íntegra aqui.

Diante da repercussão, o pastor negou o teor da declaração, e atribuiu à imprensa a responsabilidade de tirar suas afirmações do contexto original e disse ser alvo de uma suposta ‘censura’.

André Valadão será investigado pelo Ministério Público Federal a pedido do senador Fabiano Contarato por promover uma verdadeira, segundo o parlamentar, “cruzada contra a população LGBT”. Além de dizer que cristãos deveriam matar pessoas LGBT+, o pastor afirmou recentemente que “Deus odeia o orgulho”, em referência velada aos LGBTs.

A retórica de perseguição religiosa não é novidade no discurso do clã Bolsonaro. Em diversos episódios durante seu governo, Jair Bolsonaro utilizou a fé evangélica como ferramenta institucional. Em agosto, o mandatário distribuiu a agentes da PRF um livro chamado “Pão Diário”, em comemoração aos 94 anos da Polícia Rodoviária Federal, que continha entre as orientações ‘ler a bíblia’.

Michelle Bolsonaro utilizou espaços públicos do governo para promover pregações abertas – e a portas fechadas – em Brasília. Recentemente, listas de presença dos ‘cultos de Michelle’ foram divulgadas via lei de acesso a informação e revelaram a participação de lobbystas e parlamentas envolvidos em escândalos de desvio de verba.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo