Política

Fim do recadastramento, diálogo com o Congresso e confisco: os próximos passos do governo sobre armas de fogo

Segundo Flávio Dino, 613,8 mil de um total de 762,3 mil armas já foram recadastradas no Sistema de Gerenciamento Militar

Fim do recadastramento, diálogo com o Congresso e confisco: os próximos passos do governo sobre armas de fogo
Fim do recadastramento, diálogo com o Congresso e confisco: os próximos passos do governo sobre armas de fogo
O ministro da Justiça e da Segurança Pública, Flávio Dino. Foto: Joédson Alves/Agência Brasil
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O ministro da Justiça e da Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou nesta segunda-feira 20 que não considera prorrogar o prazo para o recadastramento de armas de fogo no País, a se encerrar em 3 de abril.

A medida, determinada pelo presidente Lula (PT) logo após a posse, tem o objetivo de reverter a flexibilização da circulação de armas promovida por Jair Bolsonaro (PL). Ao julgar o tema, o Supremo Tribunal Federal considerou que a nova regra está dentro da legalidade e suspendeu decisões pró-armas de instâncias judiciais inferiores.

Segundo Dino, 613,8 mil de um total de 762,3 mil armas já foram recadastradas no Sistema de Gerenciamento Militar de Armas. O índice de 81% supera a previsão inicial do governo, que esperava obter 80% de adesão.

“Chamo a atenção, contudo, que temos um percentual mais alto de cadastramento nas armas de uso permitido e um percentual menor nas armas de uso restrito”, alertou o ministro. “Restam 14 dias para o término do prazo de recadastramento, e esse prazo não será prorrogado.”

O passo seguinte ao fim do recadastramento será, segundo Dino, entregar a Lula a proposta de uma nova norma sobre armamento no Brasil. “Com isso, teremos o regramento definitivo sobre clubes de tiro, porte de uso restrito, armas de uso restrito”, explicou.

Dino afirmou que o processo de formulação da nova política sobre o armamento ocorre de modo participativo, com a realização de audiências públicas. Ele se comprometeu a ir à Câmara dos Deputados e ao Senado para debater o tema com as comissões competentes.

O ministro declarou, por fim, que não haverá o confisco de armas recadastradas, mas alertou que a medida pode atingir aquelas que não forem registradas no Sigma.

“Então, em abril, quando tivermos a conclusão do recadastramento, as armas que não forem recadastradas estarão sujeitas a apreensão administrativa e remessa à Polícia Federal, para que instaure os inquéritos policiais.”

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